Kutti Revathi, Bejan Matur e Serhiy Zhadan são poetas de uma mesma geração que trabalham em sintonia de ideais. Há, em cada um deles, um esforço para construir novas linguagens em meio aos conflitos políticos e crises sociais em seus respectivos países. São versos trabalhados em cima de novas metáforas, em processos criativos que nasceram da superação da extrema pobreza, da prisão, da tortura e das revoluções.
A grande diferença entre eles, sem esmiuçar detalhes de suas obras poéticas, é o contexto onde cresceram e amadureceram suas propostas literárias. Kutti, uma indiana de origem tâmil, subverteu a dominação masculina na poesia local e causou furor; Bejan, presa e torturada, traçou uma geografia emocional de sua origem curda aleita e deu visibilidade à minoria; e Serhiy, que assistiu ao caldeirão de transformações na Ucrânia durante a década de 1990, participou ativamente dos protestos do ano passado que mudaram a história do país.
Os três poetas participaram, em meados de julho, da mesa sobre poesia e ativismo realizada pela ONG britânica English PEN no Southbank Centre, em Londres. Entre concordâncias e dissonâncias de estilo, do significado pessoal do fazer poético e do futuro sobre seus trabalhos, eles deixaram claro que acreditam que a poesia é um vetor importante para mudanças sociais.
Nessas três conversas com a reportagem de Opera Mundi, ilustradas por poemas traduzidos para o português, entre eles três inéditos no idioma, Kutti, Bejan e Serhiy mostram como a poesia e o ativismo se misturam, e como essa mistura pode produzir obras poéticas originais que já marcaram o início do século 21:
Bejan Matur |
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Kutti Revathi |
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Serhiy Zhadan Poesia e irracionalidade na Ucrânia em convulsão |
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