A cidade de São Paulo recebeu cerca de 5 mil imigrantes em 2014. São em média 23 por dia, segundo informações da Missão Paz, uma das principais ONGs que trata do assunto. Para se ter ideia do alto fluxo migratório atual, 900 estrangeiros – sobretudo, haitianos – chegaram à capital apenas no mês de maio, superando o valor médio em quase 30%.
No entanto, a cidade não está preparada para a acolhida e não trata os imigrantes com dignidade, na opinião do secretário de Direitos Humanos e Cidadania de SP, Rogério Sottili.
Assista entrevista de Rogério Sottili a Opera Mundi: “Imigrantes construíram essa cidade e mesmo assim não são tratados com dignidade”
“São Paulo não recebe imigrantes com dignidade. São milhares de africanos, latino-americanos, europeus, entre outros, que são recebidos de forma inadequada. Eles não são orientados sobre os seus direitos e os serviços públicos não estão preparados para falar o mesmo idioma. Imagine a dificuldade de pessoas que chegam da África e falam francês ou criolo em uma cidade do tamanho de SP”, diz Sottili.
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Para o secretário, preconceito e xenofobia são os principais problemas que os imigrantes encontram na chegada a São Paulo. “Essa pessoas sofrem violência pois existe um problema na cidade de São Paulo e no Brasil: ser imigrante não é bem visto aos olhos da sociedade”, critica.
Opera Mundi
De acordo com informações da Rede Brasil Atual, o número de estrangeiros na capital paulista pode passar de meio milhão se os imigrantes sem domcumentos forem incluídos na conta.
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Além do novo projeto Crai (Centro de Referência e Acolhida para o Imigrante), que será inaugurado nas próximas semanas, a Prefeitura de São Paulo tem adotado outras medidas de auxílio aos estrangeiros.
Assista à segunda parte da entrevista de Rogério Sottili sobre o novo Crai (Centro de Referência e Acolhida para o Imigrante)
Em julho, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e o Banco do Brasil assinaram um Termo de Cooperação para a bancarização de imigrantes. A medida tem como objetivo impedir que os estrangeiros guardem dinheiro em casa, potencializando o risco de assalto e violência.
“Há uma exclusão histórica das comunidades de estrangeiros em todos os lugares do mundo, mas estamos trabalhando para essa não ser a realidade de São Paulo. Os imigrantes construíram essa cidade e fazem parte da construção cultural do município”