O ditador de Uganda Idi Amin Dada foge, em 11 de abril de 1979, da capital Kampala quando as tropas da Tanzânia e da Frente de Libertação Nacional de Uganda apertaram o cerco. Dois dias depois, Kampala cai e um governo de coalizão de ex-exilados toma o poder.
Amin, chefe do exército e da força aérea ugandense desde 1966, assumiu o controle da nação africana em 1971. Tirano e nacionalista extremado, lançou um plano genocida para expurgar Uganda dos grupos étnicos Lango e Acholi. Em 1972, ordenou que todos os asiáticos que não tivessem adquirido a nacionalidade ugandense deixassem o país. Cerca de 60 mil indianos e paquistaneses tiveram de fugir. Esses asiáticos compunham uma importante parcela da força de trabalho, e a economia de Uganda ruiu após a partida.
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Idi Amin Dada fala nas Nações Unidas em 1975
Em 1979, seus oito anos de governo caótico chegaram ao fim quando forças da vizinha Tanzânia e de contingentes ugandenses anti-Amin invadiram a capital e derrubaram seu regime. Amin havia desencadeado um fracassado ataque à Tanzânia em outubro de 1978 num esforço para desviar a atenção dos graves problemas internos. Fugiu para a Líbia para finalmente se estabelecer na Arábia Saudita, onde faleceu em agosto de 2003. A morte de 300 mil ugandenses é atribuída a Idi Amin.
Nascido em uma pequena tribo de camponeses muçulmanos de Kakwa, às margens do Nilo, tomou o poder num golpe militar, derrubando o presidente Milton Obote. Alistado no Exército britânico, onde foi ajudante de cozinheiro do regimento britânico King's African Rifles, impressionava com seu 1,90 metro de altura, seus 110 kg e sua habilidade de pugilista, que o converteram em campeão de boxe na categoria peso pesado de seu país. Após a independência de Uganda em 1962, tornou-se comandante do Exército do presidente Obote. Assumindo o poder, depois de alguns meses de moderação, deu início a seguidas arbitrariedades de um regime brutal.
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Seu comportamento excêntrico criou a imagem de um bufão dado a explosões, sendo apelidado de Bug Daddy. Se declarou rei da Escócia, proibiu hippies e minissaias, e chegou a um funeral da realeza saudita usando um ‘kilt’ (saiote escocês). Disse a um jornal ugandense que gostava de tocar acordeão e de recitar o Alcorão. Expressava admiração por Hitler. Foi denunciado dentro e fora do continente africano por matar dezenas de milhares de pessoas durante seu governo. Muitos o acusavam de manter cabeças decepadas em uma geladeira, de alimentar crocodilos com cadáveres e de ter desmembrado uma de suas esposas. Alguns diziam que praticava canibalismo.
Tornou-se notícia internacional em 1976 quando, depois do sequestro de um avião da Air France por um grupo palestino, um comando israelense atacou o aeroporto de Entebbe, a 37 km de Kampala, libertando todos os reféns. O ataque deixou 31 mortos, entre eles 20 ugandenses, uma intervenção encarada como uma humilhação pessoal.
Outros fatos marcantes da data:
11/04/1919 – Organização Internacional do Trabalho é fundada em Paris
11/04/1814 – Napoleão é banido para a ilha de Elba no Mediterrâneo
11/04/1952 – Junta Militar que governava a Bolívia é derrotada por uma revolução nacionalista após 3 dias de combate
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