Juro que tentei escrever um texto sério sobre o casamento de William e
Kate, mas tudo o que consegui foi usar o Paintbrush e borrar com pincel
grosseiro uma velha figurinha da série neozelandesa “Amar é…”, criada
nos anos 1960 e que tanto sucesso fez um pouco antes e um pouco depois
que a Lady Di se casou.
Como não deu, vou fazer uns comentários sem meias tintas. Garanto
que concordo com tudo o que vou dizer aqui embaixo, mas não com tanta
contundência.
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1. A simples existência de uma família real como ocorre no Reino Unido é reveladora da fragilidade democrática dos nossos dias.
2. Claro que reis e rainhas, na grande maioria das
vezes, não passam de enfeites do sistema. Mas as famílias reais – a
inglesa, a espanhola, a marroquina, a sueca – ainda são numerosas. Se
príncipes e princesas não cumprem um papel estratégico na grande
política no dia-a-dia, costumam ser obedientes funcionários à espera de
uma oportunidade para atuarem conforme a tradição aristocrática: uma
reserva de conservadorismo a ser usada no momento oportuno.
3. Não dá pra levar a sério, por mais que tente, este casamento. A realeza não tem sentido, a menos que se queira acreditar nela.
4. Como na fábula, você ainda não percebeu, mas o
futuro rei está nu. E a futura rainha também. Não há roupa nova nenhuma
na velha família.
5. Mas fique certo: nesta sexta-feira você vai ouvir
muita gente comentar que a nova princesa britânica lançou uma tendência
com seu modelito, e que o príncipe William estava muito bem vestido.
Ah, o desenho! Contrariando o bom-gosto habitual da redação do Opera Mundi, vou publicá-lo. Desculpem-me os mais sensíveis ;).
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