Os Monty Python foram um grupo britânico de humoristas que conseguiu sintetizar, através de seu estilo, os usos e costumes da sociedade britânica dos anos 1960 e 1970, e se tornaram referência de humor até hoje em todo o mundo.
Alcançaram a fama graças à série de televisão Monty Python’s Flying Circus (O Circo Ambulante dos Monty Python), baseada em sketches curtos que, com frequência, incluía uma interessante carga de crítica social, apesar de se centrar em um humor absolutamente surrealista e fundado no absurdo. O primeiro capítulo foi transmitido no dia 5 de outubro de 1969 pela rede britânica BBC. A série prosseguiu no ar até 1974.
Apesar de o fenômeno dos Monty Python ter começado na televisão, converteu-se em algo muito maior e com grande impacto: filmes, álbuns, livros. A influência do grupo na comédia é comparado a dos Beatles na música.
O início
Michael Palin e Terry Jones se conheceram na Universidade de Oxford, onde atuavam no grupo de teatro “The Oxford Revue”. John Cleese e Graham Chapman se conheceram na Universidade de Cambridge. Eric Idle também estudava em Cambridge, tendo começado um ano depois. Cleese conheceu Terry Gilliam em Nova York, quando estava em turnê com seu grupo teatral. Chapman, Cleese e Idle eram membros do grupo Footlights.
Antes de começarem com o Monty Python's Flying Circus, os Pythons escreveram e atuaram em diversas obras e espetáculos.
O sucesso do programa Do Not Adjust Your Set fez com que a ITV oferecesse a Palin, Jones, Idle e Gilliam seu próprio programa juntos. Ao mesmo tempo em que a BBC, impressionada pelo trabalho de Cleese e Chapman em “The Frost Report” e em “At Last, The 1948 Show”, lhes ofereceu um show exclusivo.
Como Cleese era contrário a um duo cômico por várias razões, inclusive a suposta personalidade difícil de Chapman, e tinha boas lembranças de seu trabalho com Palin, acabou convidando-o para se unir à equipe. Os outros três – Idle, Jones e Gillian – também foram chamados.
Os membros
Ao contrário do que muitos pensam, Eric Idle, o músico do grupo, não é o autor da canção da série de televisão, que é uma marcha popular chamada “O Sino da Liberdade”, bem como da maioria das canções dos filmes. Em “A Vida de Bryan”, ele canta a canção mais reconhecida dos Python, “Always Look on the Bright Side of Life”.
Idle é conhecido também pelo uso de perucas ridículas e por seus exasperantes papéis, como o “homem invisível”, o “homem das fotos”, o “homem que queria uma formiga” e outros. Interpretou o “valente” Sir Robin em “Monty Phyton – Em Busca do Cálice Sagrado”.
Michael Palin, o “Python agradável”, é, ao lado de Cleese e Idle, mais conhecido por seu trabalho como ator. Participou de uma das melhores cenas: Os Franceses da Ovelha Voadora ou a Consulta de Discussões. Desempenhou o papel de Bevis, o barbeiro meio psicópata que quería ser lenhador na piada “A Canção do Lenhador”.
Paola Orlovas
Pythons escreveram e atuaram em diversas obras e espetáculos.
John Cleese, cujo sobrenome originalmente era Cheese (queijo, em inglês), que o pai tratou de mudar, estudou direito na Universidade de Cambridge.
Teve fama como apresentador da BBC, quando aparecia sentado em frente a um escritório em lugares estranhos como uma rua, uma praia ou um caminhão e repetia o bordão “and now for something completely different” (“e agora algo totalmente diferente”), que se converteu no slogan dos Monty Python. Desde o fim dos Python se acostumou a trabalhar em comédias de éxito em Hollywood, como em “Um Peixe chamado Wanda” e nos filmes de James Bond como o inventor “Q”.
Único não britânico do grupo, Terry Gilliam, norte-americano, sempre apreciou mais a direção que a atuação, uma das razões pelas quais devido seus papéis sempre foram muito esporádicos e secundários. Ficou mais conhecido pelas animações em que utilizava-se de quadros e fotografias, usadas entre uma e outra piada encenada. Depois da dissolução do grupo, ganhou fama como diretor de filmes surrealistas e fantásticos, como “Brazil” e “Os 12 Macacos”.
O galês Terry Jones é lembrado principalmente pelos papéis de mulher com a voz esganiçada. Interpretou a divertida mãe de Brian em “A Vida de Brian”, filme que ele mesmo dirigiu. Depois da dissolução do grupo dedicou-se à televisão como roteirista e apresentador.
Médico formado em Cambridge, Graham Chapman era conhecido por interpretar tipos autoritários, como o famoso coronel que interrompia os sketches. Foi o protagonista em “A Vida de Brian” e em “Monty Phyton em Busca do Cálice Sagrado”. Com o passar do tempo, o alcoolismo atrapalhou seu desempenho como ator. Revelou sua homossexualidade e seu vício em bebidas em um programa de entrevistas do músico de jazz George Melly. Chapman morreu em 4 de outubro de 1989 em decorrência de um câncer.
Como parte da elegia de seu funeral, Idle cantou um fragmento de “Always Look on the Bright Side of Life”, canção composta por ele mesmo e que encerra “A Vida de Brian”. A mensagem da canção era adequada ao otimismo, grande sentido de humor e generosidade do colega.
Também nesta data:
1880 – Morre o compositor Jacques Offenbach
1947 – É criado na Polônia o Cominform
1957 – URSS anuncia que pôs em órbita, na véspera, o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra
1983 – Lech Walesa, fundador do Solidariedade, ganha o Nobel da paz
1986 – Operação Irã-Gate tenta derrubar governo sandinista da Nicarágua
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.