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Umberto Giordano, consagrado operista e compositor italiano, morre em Milão em 12 de novembro de 1948, aos 81 anos.
As obras de Giordano são típicas do estilo operístico conhecido como verismo (de “vero”, ou verdadeiro em italiano), que se tornou popular durante os anos 1890. Consistia em uma tentativa de pôr em cena personagens, situações e emoções reais e vividas na realidade.
Compositores desse estilo eram também Pietro Mascagni, Ruggiero Leoncavallo e Giacomo Puccini. Essas óperas tinham uma textura orquestral contínua em vez de distintas series de árias, típicas dos primórdios da ópera italiana e que amiúde apresentavam motivos musicais associados a personagens específicos. As óperas veristas envolviam situações e costumes contemporâneos com personagens extraídos da vida cotidiana, especialmente das camadas populares.
Giordano, nascido em 28 de agosto de 1867 em Foggia, sul da Itália, era filho de um farmacêutico que não o queria ver seguir uma carreira musical. Tomou as primeiras lições, sorrateiramente, com Gaetano Briganti, um fabricante local de instrumentos mecânicos. Em 1880, superando as objeções do pai, ingressou no conservatório de Nápoles, onde estudou, de algum modo irregular, até 1890. Não tendo mais condições de frequentar o conservatório, passou a trabalhar como maquinista no Teatro Dauno em Foggia.
Em 1889, Giordano participou da Competição Sonzogno com sua primeira ópera em um ato, “Marina”, que compôs baseado em libreto que comprou por apenas 25 liras. “Marina” ficou em 6º lugar, mas garantiu ao compositor uma proximidade pessoal com o editor Sonzogno. Dessa amizade resultou o Mala Vita, talvez a ópera verista a mais deprimente até então levada a um palco italiano. No entanto, foi bem recebida, em especial nos países de língua alemã.
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Em 1902, Giordano suavizou bastante os traços dramáticos de Mala Vita reestreando-a em Nápoles com o título de Il Voto.
A segunda ópera de Giordano, Regina di Diaz, foi um completo fracasso e Sonzogno ameaçou-o com a ruptura do contrato. Entretanto, tendo salvado sem querer o compositor Mascagni por ocasião de um acidente de trem no começo de 1896, foi carinhosamente retribuído quando Mascagni foi até Sonzogno em seu socorro. A segunda chance resultou no que se tornou a mais famosa obra do compositor, Andrea Chénier, que estreou em 28 de março de 1896. Seu libreto, baseado nos episódios da Revolução Francesa, deixou os produtores hesitantes uma vez que a Itália vivia período de turbulência política e não se sabia de sua repercussão junto ao público. Contudo, a obra foi recebida com enorme entusiasmo, devido em boa parte ao tenor Giuseppe Borgatti, que criou e desempenhou com talento o papel de Andrea. A “Improvisação” e a ária “La mamma morta,” constituem até hoje excertos bastante populares.
O lançamento da ópera seguinte, Fedora, coincidiu com o surgimento do então desconhecido tenor, Enrico Caruso. O mútuo sucesso deu origem ao dito então em voga no meio operístico: “Fedora fez Caruso e Caruso fez Fedora.” Giordano afirmou mais tarde que havia ensaiado Caruso valendo-se de gravação num cilindro fonográfico a fim de salientar eventuais imperfeições na voz e na interpretação. Enquanto Caruso trilhou a mais brilhante carreira de um cantor de ópera até então, a opera que o “fez” poucas vezes subiu ao palco.
Giordano escreveu ainda outras óperas que, no entanto, não entraram no repertório das companhias. Pode-se destacar entre elas a “Sibéria” (1904), uma colossal porém de sucesso pouco duradouro; “Madame Sans-Gene” (1915), que estreou no Metropolitan Opera de Nova York com Geraldine Farrar no papel principal; “Le cena della befe” (1924), que marcou o abandono de Giordano do estilo verismo; e “Il re” (1929), em que o autor rompe definitivamente com o verismo, criando uma comédia leve que fez sucesso nos palcos europeus por todos os anos 1930.
Aparte as óperas, Giordano compôs um considerável número de peças orquestrais e de câmara, assim como um balé “L'astro magico” (1928). Giordano deu grande atenção à tecnologia da nascente indústria fonográfica ajudando a fundar a Discoteca di Stato em Roma, o principal arquivo italiano de registros históricos.
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