Dubai foi escolhida nesta quarta-feira (27/11) para ser a sede da Expo 2020, a exposição mundial de ciências e cultura que é realizada a cada cinco anos e pela primeira vez terá uma cidade do Oriente Médio como sede. Na votação realizada pelo Bureau Internacional de Exposições (BIE), em Paris, a cidade dos Emirados Árabes Unidos desbancou São Paulo, no Brasil; Izmir, na Turquia; e Ecaterimburgo, na Rússia.
A candidatura paulistana teve apenas 13 votos e foi eliminada no primeiro turno da escolha. Na mesma rodada, Dubai somou 77 votos, Ecaterimburgo, 39 e Izmir, 33. Na segunda votação, a representante turca foi eliminada, com 36 votos, contra 87 de Dubai e 41 dos russos, além de uma abstenção. Na terceira, Dubai levou 116 votos e Ecatrimburgo, 47.
A expo universal dura seis meses. Nela, os países apresentam em seus pavilhões produtos inovadores, tendências culturais, das ciências e do design, entre outros. Para a primeira edição, realizada em 1851 em Londres, um palácio foi construído no Hyde Park, o mais famoso parque da capital britânica. O telefone e a televisão também foram expostos como novidades em edições da expo universal. Mas, o principal legado deixado por uma edição do evento, a Expo de 1889, foi a Torre Eiffel, um dos símbolos de Paris. Ela foi construída para receber a exposição.
Dubai destinará aproximadamente US$ 7,5 bilhões para a Expo 2020, dos quais US$ 6 bilhões serão utilizados na organização do evento, montagem da arena e da infraestrutura. A expectativa é gerar mais de 270 mil empregos em setores como o turismo, infraestrutura, comércio e serviços. A expectativa de Dubai é receber 25 milhões de turistas durante a realização da Expo 2020 e até US$ 20 bilhões de retorno do investimento.
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Com o tema “conectando mentes, criando o futuro”, a Expo começa em 20 de outubro de 2020 e termina em 10 de abril de 2021. A proposta da cidade vencedora é organizar o evento com foco em inovações em três áreas: mobilidade, sustentabilidade e oportunidade, na qual os organizadores prometem sugerir propostas para novos modelos econômicos que considerem o intercâmbio de culturas, o progresso tecnológico e o respeito ao desenvolvimento sustentável.
São Paulo
Com o tema “poder da diversidade, harmonia para o crescimento”, São Paulo apostava na vitória para revitalizar Pirituba, na região Norte da cidade. A proposta da prefeitura paulistana era levar até o bairro uma linha de metrô, uma estação de trem, construir um novo centro de exposições, hotéis e acessos viários. A comitiva dos representantes de São Paulo era liderada pelo prefeito, Fernando Haddad, que estava acompanhado, entre outros, do ex-ministro da cultura, cantor e compositor Gilberto Gil.
Em entrevista coletiva realizada na terça-feira (26/11), em Paris, Haddad disse que continuava a acreditar que o projeto paulistano era “tecnicamente” o melhor. “A nossa avaliação é de que fizemos o melhor que podíamos do ponto de vista de respeito ao processo, transparência no dialogo com os países e defesa técnica na defesa do projeto”, afirmou o prefeito, reconhecendo, porém, que todos os candidatos eram fortes.
Izmir concorria com o tema “Novas rotas para um mundo melhor/saúde para todos”, tendo a saúde e qualidade de vida como tema central dos projetos. Ecaterimburgo tinha a proposta “Mentes globais”, que previa atrair ideias e projetos de uma “globalização sustentável”. Outra cidade, Ayutthaya, na Tailândia, foi eliminada nas primeiras fases da concorrência.