O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se pronunciou sobre os atos de violência desta quarta-feira (12/02) em Caracas, que culminaram na morte de pelo menos três pessoas. O chefe de Estado assegurou que os responsáveis foram “pequenos grupos infiltrados” presentes na marcha estudantil opositora.
Até o momento, foram registradas as mortes de Juan Montoya, líder de um coletivo chavista do bairro 23 de Enero, bastião chavista da capital, de Basil Da Costa, que, segundo a imprensa local, é um estudante e de uma terceira pessoa no município de Chacao.
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“Pequenos grupos fascistas infiltrados na mobilização que fez a juventude universitária da oposição, destroçaram toda a fachada e os escritórios centrais da Promotoria [Geral da República]”, afirmou Maduro durante um ato transmitido em rede nacional de rádio e TV. “Aqui não haverá golpe de Estado. Nunca mais um 11 de abril na história da Venezuela”, disse, em referência à frustada tentativa de derrubar o falecido presidente Hugo Chávez em 2002.
Para o chefe do Executivo, havia um plano preparado por alguns setores da oposição para colocar “o povo em guerra, um contra o outro”. Maduro pediu que os coletivos não caiam em provocações, dizendo que os autores intelectuais dos atos violentos já estão identificados, e que os assassinatos serão investigados. “Não vamos confiar em quem é capaz de qualquer coisa, porque não tem limites morais. Todo mundo alerta”, pediu.
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Mais cedo, a promotora geral da República, Luisa Ortega Díaz, afirmou que, além das mortes, provocadas por “impacto de bala”, há 23 feridos em todo o país Segundo Ortega Díaz, quatro veículos da polícia científica foram incendiados, além de carros particulares. A a maioria dos feridos é funcionários públicos.
Agência Efe
Protesto opositor em Caracas começou com tranquilidade, mas terminou em distúrbios
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, também se pronunciou e pediu “calma” aos coletivos e afirmou que os responsáveis serão presos. “Estavam caçando este companheiro, não temos nenhuma dúvida (…) que casualidade, o que querem, nos desmobilizar? Não vão conseguir”.
O protesto opositor em Caracas, convocado por movimentos estudantis e líderes da oposição em diversas cidades, começou com tranquilidade, mas terminou em distúrbios quando chegou à sede da Promotoria Geral da República. O movimento da oposição teve mais manifestantes do que a concentração convocada antes das eleições municipais de dezembro.
O incidente se deu ao final da marcha opositora, nas redondezas do prédio da promotoria. “Foi uma ação premeditada”, afirmou Ortega Díaz, ressaltando que o Ministério Público atuará de acordo com a Constituição e as leis do país e tem “muitos elementos”, como fotos e filmagens, para identificar os responsáveis.
Oposição
Líderes chavistas atribuíram os distúrbios ao líder opositor Leopoldo López, do partido Vontade Popular. “Temos informação suficiente dos recursos e das instruções que ele recebeu”, afirmou o prefeito do município de Libertador, Jorge Rodríguez. O chanceler Elías Jaua, por sua vez, escreveu no Twitter que o dirigente opositor é o “responsável intelectual da morte e feridos em Caracas”. “O Estado não tem mais desculpas para castigar este assassino!”, complementou, acrescentando: “O fascismo se corta pela cabeça”.
Efe
Líderes chavistas atribuíram os distúrbios ao líder opositor Leopoldo López, do partido Vontade Popular
O dirigente opositor Leopoldo López, foi um dos que escreveu em seu perfil no Twitter que houve ações contra os manifestantes ao fim da jornada e “há feridos”. A maior parte da marcha, no entanto, transcorreu em tranquilidade. Aos cantos de “vai cair, vai cair”, os manifestantes rechaçavam a prisão de estudantes após um protesto com distúrbios no estado venezuelano de Táchira e rechaçavam a administração de Maduro.
Mais tarde, ele culpou diretamente Maduro pelos assassinatos. “Os autores da violência, dos mortos, feridos, são aqueles que estão governando e responsabilizamos Maduro”. Em coletiva de imprensa dada ao lado de outros líderes opositores, López disse: “Poderão prender todos nós, mas essa onda está crescendo. Saiba, senhor Maduro, seguirá crescendo até atingir seu objetivo”.