Em 17 de fevereiro de 1827, morre o pedagogo e educador suíço Johann Heinrich Pestalozzi, pioneiro da reforma educacional. Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criança.
Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em especial ao amor materno, do que Pestalozzi.
Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. O pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral – isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade.
Pestalozzi nasceu em Zurique em 12 de janeiro de 1746. Após a morte prematura do pai, viveu sob a proteção e os cuidados receosos, um tanto angustiantes, de sua mãe. Jovem e inteligente, entra em contacto com pessoas ilustres e cultas da Suíça. No “Círculo dos Patriotas” chega a conhecer o pensamento dos filósofos antigos e contemporâneos, sobretudo as obras de Rousseau.
Em seus primeiros textos, critica a maneira autoritária de governo dos poderosos. Vivendo como camponês e empresário agrônomo conhece em 1767 Anna Schulthess, oito anos mais velha. Casa-se com ela malgrado a veemente resistência dos pais da noiva.
O escrivão de Basileia, Issak Iselin, acredita em Pestalozzi e o anima a trabalhar como escritor. De 1780 a 1798 são anos de êxito literário, Nascem, entre outras, as obras Horas Vespertinas de um Eremita Sobre Legislação e Assassinato InfantilInvestigações e Fábulas.
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Quando, em março de 1798, com a entrada das tropas francesas se funda a Antiga Confederação Helvética, Pestalozzi se põe a serviço do novo governo, acreditando poder concretizar seus planos de educação do povo. Encarrega-se da direção de uma instituto para crianças órfãs em Stans, no entanto, meio ano depois, tem de abandoná-la assumindo um hospital de leprosos.
Psíquica e fisicamente deteriorado, descreve suas experiências e reflexões em uma Carta a um Amigo sobre minha Estada em Sans, considerado o seu texto pedagógico mais importante.
O livro Como Gertrud Ensina seus Filhos o torna famoso como educador e renovador da escola pública. Educadores e visitantes de toda a Europa acorrem a Burgdorf. Obrigado a deixar o prédio da instituição, empreende, em 1804, a construção de um novo instituto em Yverdon, no extremo sul do lago de Neuchatel, cantão de Vaud, Suíça Francesa.
O Instituto Pestalozzi em Yverdon torna-se célebre rapidamente e seu impulso pedagógico irradia-se por toda a Europa. O período de maior apogeu foi entre 1807 e 1815. Dificuldade econômicas e discussões enfurecidas entre os colaboradores arruinaram o Instituto e Pestalozzi teve de abandoná-lo em 1825.
Após a quebra do instituto em Yverdon, retira-se a sua Neuhof, onde volta a querer construir um instituto para pobres. É erguido um novo edifício todavia antes de seu término falece numa cidade vizinha de Brugg. É enterrado em Birr, junto à parede lateral da escola.
Em Neuhof, Pestalozzi esceveu sua última grande obra, O Canto do Cisne, em que conta a sua biografia e faz uma exposição completa de sua pedagogia.
Também nesta data:
1600 – Giordano Bruno é executado pela inquisição
1863 – Cruz Vermelha é fundada na Suíça
1909 – Morre o chefe Apache Gerônimo
1996 – Enxadrista Garry Kasparov derrota computador Deep Blue da IBM