Poucas horas após Irã e potências fecharem um acordo a respeito do programa nuclear iraniano, discutido há quase dois anos, líderes mundiais celebraram — e criticaram — a decisão.
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Delegações internacionais discutem durante diálogo final nesta manhã em Viena
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Kerry passou últimos 18 dias em Viena para negociações; tempo foi muito além da média de viagem para chefe da diplomacia dos EUA
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Em declarações em rede nacional iraniana, Rouhani ainda declarou que o Irã “nunca procurou produzir uma arma nuclear e nunca buscará produzir uma arma nuclear”. Para o presidente persa, “um novo capítulo” começou nas relações entre a República Islâmica e o mundo ocidental.
Segundo Mohammed Javad Zarif, chefe da diplomacia iraniana e responsável pelas negociações com representantes de potências em Viena, trata-se de “uma nova era de esperança”. Para a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), a italiana Frederica Mogherini, acordo cria condições para “construir confiança”.
#IranDeal shows constructive engagement works. With this unnecessary crisis resolved, new horizons emerge with a focus on shared challenges.
— Hassan Rouhani (@HassanRouhani) 14 julho 2015
Um dos principais críticos a um acordo nuclear, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o programa de “erro histórico” que fará Teerã “receber centenas de milhões de dólares que permitirão fazer funcionar sua máquina de terror”, segundo a Agence France Presse.
Líder da delegação russa em Viena, o chanceler Sergey Lavrov declarou que o seu país está “satisfeito” com o resultado das negociações. Lavrov ainda acrescentou que Rússia e China irão pressionar pelo fim de embargo a mísseis iranianos “assim que possível”.
Por sua vez, o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, afirmou em nota que o acordo “trouxe ao mundo um sinal de alívio” e que a Rússia fará de tudo o possível para garantir que os tratados em Viena “sejam implementados por completo, contribuindo para a segurança regional e internacional”.
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Mogherini e Zarif comentam sucesso de acordo firmado entre todas as partes nesta manhã
Já o presidente da Síria, Bashar al-Assad, cumprimentou Rouhani pelo acordo assinado com as potências. Segundo Assad, o mundo vai testemunhar nos próximos dias “o fortalecimento do papel construtivo do Irã no apoio aos direitos das nações”.
Para o primeiro-ministro David Cameron, o acordo “garante seu fundamental propósito — que é afastar o Irã da possibilidade de desenvolver uma arma nuclear — e ajudará a fazer do mundo um lugar mais seguro”, reportou a Associated Press.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciou que a Santa Sé considera “positivo” o acordo sobre o programa nuclear iraniano, mas que a decisão “exige continuar com os esforços e o compromisso de todos para que possa dar seus frutos”.
Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que o tratado “descarta de forma segura e verificável” que Teerã consiga desenvolver armas atômicas em um “futuro previsível”, reportou a Agência Efe.
Segundo o chefe da delegação alemã em Viena, “tudo que foi acordado será supervisionado ininterruptamente”, pois foi dado início a um “robusto mecanismo” que permite as inspeções que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) fará durante 25 anos.