A delegação do Irã, responsável pelas negociações nos últimos 22 meses com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) e a União Europeia, foi recebida nesta quarta-feira (15/07) com cortejos e comemorações da população em Teerã.
Na terça (14/07), o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, e outros representantes diplomáticos do país fecharam um acordo histórico com as potências mundiais a respeito do polêmico programa nuclear da República Islâmica.
EFE
Celebrações congestionaram as principais avenidas de Teerã
Após a decisão, a população iraniana — principalmente jovens — festejou nas ruas, bloqueando vias e sob buzinas, com bandeiras do país persa, cartazes com imagens do presidente, Hassan Rouhani, e de Zarif. A delegação passou 18 dias seguidos em Viena, Áustria, na tentativa de colocar fim ao impasse nuclear.
Os iranianos esperaram até a noite, período em que se encerra o jejum do mês sagrado islâmico do Ramadã, para percorrer as principais avenidas da capital e celebrar o pacto que colocou um fim em mais de 13 anos de conflito entre o país persa e a comunidade internacional.
Para muitos, o principal motivo de comemoração é a eliminação progressiva das sanções, que estrangulam a economia local. Em troca, o país concordou em limitar o seu programa nuclear e em permitir a realização de controles periódicos da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em suas instalações.
EFE
Garotas tomam as ruas da capital com bandeira iraniana durante festa após o jejum do Ramadan
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Na TV pública, Rouhani assegurou que não permitirá que ninguém “decepcione o povo e prejudique, com mentiras e acusações, a esperança de um futuro luminoso, o crescimento, a paz e a segurança”.
Já no Twitter, o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, declarou que “louvou e apreciou os duros e honestos esforços da equipe de negociadores” do Irã.
#Iran's Leader praised& appreciated honest and hard endeavors and efforts made by nuclear negotiating team. #IranDeal pic.twitter.com/L0o0AXSUyY
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) 14 julho 2015
Crise nuclear no Oriente Médio
Hoje, a Liga Árabe comentou que o acordo nuclear alcançado com o Irã ajudará a região a se libertar das armas de destruição em massa, mas para que isto ocorra pediu uma inspeção dos supostos arsenais de Israel.
Segundo o secretário-geral assistente da Liga Árabe para Assuntos da Palestina, Mohammed Sobeih, é necessário obrigar Israel a abrir seus reatores nucleares às inspeções internacionais “com total transparência”, e que este país firme o Tratado de Não Proliferação.
Por sua vez, o presidente do Knesset, o Parlamento de Israel, Yuli Edelstein, anunciou nesta quarta que todas as opções estão “abertas” e são “lícitas” para frear o programa nuclear do Irã após o Ocidente “desabar” diante do “islã extremista” do país persa, segundo a Agência Efe.
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População espera nova era de prosperidade econômica e abertura comercial com países ocidentais