Macedônia, Sérvia, Croácia e Eslovênia, quatro dos países que compõem a chamada “rota balcânica”, trajeto comum de refugiados para chegar a nações mais ricas da Europa, anunciaram nesta quinta-feira (19/11) uma medida conjunta de proibir a entrada de pessoas classificadas como “emigrantes econômicos” – ou seja, aqueles que, na definição destes governos, vêm de países que não passam por situação de guerra.
EFE
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Melita Sunjic, porta-voz do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) na Sérvia, afirmou nesta quinta-feira que a Macedônia não está permitindo, na fronteira com a Grécia, a entrada de pessoas do Marrocos, da Libéria, do Sudão, do Congo, do Sri Lanka e do Paquistão.
Ainda de acordo com Sunjic, a Sérvia só está aceitando que iraquianos, sírios e afegãos entrem no país vindos da Macedônia. Além dessas três nacionalidades, os palestinos também foram permitidos de ingressar na Croácia, a partir da divisa com a Sérvia.
“Informamos aos nossos colegas da Macedônia e da Sérvia que os refugiados dos países não afetados por guerras não poderão mais passar por essa rota”, declarou o ministro do Interior da Croácia, Ranko Ostojic.
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Segundo as autoridades da Eslovênia, o país tem recebido pessoas que são, a julgar pela nacionalidade, “emigrantes econômicos”, reportou a agência de notícias local STA. As autoridades afirmaram ainda que essas pessoas não pedem asilo e se dirigem a países da Europa Ocidental.
“Existe um número crescente de pessoas que são reconhecidas apenas como emigrantes econômicos”, disse Drago Menegalia, porta-voz da polícia eslovena. “Esses estrangeiros não se qualificam para proteção internacional”, afirmou. Segundo ele, o país continuará a permitir o trânsito de refugiados por seu território. Eles se dirigem, principalmente, à Áustria.
EFE
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Centenas sem ter aonde ir
A porta-voz do Acnur disse que a Sérvia devolveu cerca de 200 pessoas à Macedônia, que se recusou a acolhê-las. “Então eles estão presos numa terra de ninguém”, declarou Sunjic à agência de notícias AP. A Croácia recusou 162 emigrantes marroquinos que haviam sido rejeitados pela Eslovênia.
Cerca de 300 pessoas se reuniram também nesta quinta-feira no lado grego da fronteira com a Macedônia, tentando entrar no território macedônio. Em um campo de abrigo temporário próximo ao local, outras 2.500 pessoas aguardam a possibilidade de seguir a rota pelos Bálcãs.