Ladislas Ntaganzwa, suspeito de ter participado do genocídio de 1994 em Ruanda, foi enviado ao país neste domingo (20/03) para enfrentar julgamento. Ele se encontrava na República Democrática do Congo, país vizinho onde estava detido desde o ano passado.
Ntaganzwa foi acusado pelo Tribunal Internacional Criminal de Ruanda, da ONU, de cometer genocídio e outros crimes contra a humanidade, violando o Direito Humanitário Internacional. O órgão detalha o envolvimento de Ntaganzwa no extermínio de mais de 20.000 ruandenses da etnia tutsi entre 14 e 18 de abril de 1994.
Trocaire/FlickrCC
Memorial do Genocídio de Ruanda na capital Kigali; mais de 800 mil pessoas, a maioria tutsi, morreram nos ataques
Segundo as autoridades, ele teria participado do “planejamento, preparação e execução do massacre”, especialmente na cidade de Nyakizu, onde quase 5.000 pessoas foram mortas na igreja de Cyahinda parish. Além disso, Ntaganzwa teria “orquestrado o estupro e violência sexual contra mulheres” no período.
NULL
NULL
“Nós estamos muito felizes com a extradição”, disse à imprensa Jean-Bosco Siboyintore, chefe da Unidade de Rastreamento dos Fugitivos do Genocídio de Ruanda. Até sua detenção, Ntaganzwa era um dos nove suspeitos mais procurados pelo massacre.
Ladislas Ntaganzwa has been extradited to Rwanda, from the DRC, where he'll be tried for genocide. pic.twitter.com/e20gZ9rHIv
— EcolAfrika (@ecolafrika) 20 de março de 2016
Os advogados de Ntaganzwa ainda não se pronunciaram. Até o momento, 61 pessoas foram condenadas pelos assassinatos em massa.
O genocídio em Ruanda, perpetrado por milícias de etnia hutu, matou pelo menos 800.000 pessoas, a maioria tutsi, num período de 100 dias em 1994. O massacre foi o resultado de uma rivalidade histórica entra as duas etnias: os hutus compõem cerca de 85% da população do país que, no entanto, foi governado durante anos pela minoria tutsi.