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No segundo dia do encontro da EuroLat (Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana), que reúne 150 parlamentares europeus e latino-americanos em Lisboa, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) fez duras críticas a Michel Temer, líder de seu partido e presidente interino do Brasil desde a última quinta-feira (12/05), expressando ressalvas ao afastamento da presidente brasileira, Dilma Rousseff, e ao projeto de Temer para o país.
A mudança de governo, disse Requião, deveria ser conseguida “com eleições e uma ampla participação, e não com um golpe, onde a política econômica é feita na sala de um banco”, declarou a jornalistas durante uma conferência de imprensa.
Requião, que é presidente da ala latino-americana da EuroLat e pertence ao mesmo partido de Michel Temer, comparou a nova política econômica do presidente interino às reformas liberais que levaram a Grécia a disparar a dívida pública após o resgate financeiro. “Este não é o caminho para retomar o crescimento”, afirmou.
Coletivo Andorinha
Parlamentares latino-americanos foram recebidos por movimentos sociais portugueses em Lisboa nesta terça-feira
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O ex-governador do Paraná está em Lisboa junto com uma comitiva de senadores brasileiros que angariou o apoio de parlamentares europeus e latino-americanos na condenação da destituição de Rousseff.
Os brasileiros e seus pares foram recebidos na noite desta terça-feira (17/05) por portugueses na Casa do Alentejo, famosa associação regional no centro histórico de Lisboa, em um ato de solidariedade à América Latina que reuniu centenas de pessoas. Houve uma preocupação geral pela virada neoliberal de vários países do continente nos últimos meses.
Em entrevista a Opera Mundi, Arménio Carlos, presidente da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), maior central sindical portuguesa e uma das organizadoras do evento, classificou o possível impeachment de Dilma de um “ajuste de contas com a distribuição da riqueza e com o combate à pobreza” iniciados no governo Lula e conclamou os trabalhadores brasileiros a resistir.
“É preciso reconhecer também os acertos de um governo [Rousseff] que soube incluir as minorias”, disse o brasileiro Rômulo Gois, ativista do Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa, também presente no ato.