A Aldeia SP – Bienal de Cinema Indígena começa na sexta-feira, 7 de outubro, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), com 53 produções de realizadores indígenas brasileiros e três filmes convidados na sessão de abertura. A partida será dada pelos Guarani Kaiowa do Mato Grosso do Sul, na primeira exibição na cidade do longa metragem Martírio, dirigido pelo antropólogo, indigenista e documentarista franco-brasileiro Vincent Carelli, que acaba de receber o Prêmio Especial do Júri Oficial e o prêmio de melhor filme de longa-metragem do Júri Popular no Festival de Cinema de Brasília.
Martírio será exibido no dia 7, às 15h, na sala Circuito Spcine Lima Barreto do CCSP. A programação inaugural segue na sala Adoniran Barbosa, com apresentações do Coral Guarani (17h) e da cantora indígena Djuena Tikuna(17h30). Em seguida, uma roda de conversa unirá o diretor Carelli, o ativista indígena, escritor e idealizador da bienal Ailton Krenak, o ex-ministro da CulturaJuca Ferreira, o cineasta Marco Altberg e o cientista social Felipe Milanez, da Universidade de Coimbra (18h30). Também participarão da roda 12 realizadores indígenas de diversas partes do Brasil, que estarão em São Paulo especialmente para o festival.
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Cena do filme Martírio, de Vincent Carelli
Às 20h, serão exibidos mais dois filmes convidados da Aldeia SP: o longa-metragem ficcional O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra, e o média-metragem experimental Xapiri, de Bruce Albert, Gisela Motta, Laymert Garcia dos Santos, Leandro Lima e Stella Senra, inspirado no xamanismo Yanomami.
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“Para a abertura da Aldeia SP 2016, optamos por estabelecer um diálogo com filmes indigenistas, que abordam o universo ameríndio sob duas perspectivas: do transe-ficção, como nos casos de O Abraço da Serpente e Xapiri, e do documentário engajado, como no caso de Martírio“, afirma o antropólogo cineasta e fotógrafo Pedro Portella, curador do festival ao lado do cineasta e produtor Rodrigo Arajeju.
“Exibir nas telas a produção cinematográfica dos povos indígenas será uma imensa oportunidade para os paulistanos acessarem a rica sabedoria indígena que pulsa nesses filmes”, diz Alfredo Manevy, presidente da Spcine, escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas públicas para o setor audiovisual na cidade de São Paulo, que patrocina a Aldeia SP. “O olhar e discurso dos cineastas indígenas é fundamental para resolver os problemas ambientais, espirituais e sociais do Brasil e do planeta.”
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Cartaz do filme O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra
No dia 8 se inicia a mostra não-competitiva (já que a competição não é um traço apreciado pelos povos originários) no CCSP, complementada a partir do dia 10 por exibições em 11 Centros Educacionais Unificados (CEUs) da Prefeitura de São Paulo, os quatro primeiros deles integrados ao Circuito Spcine: Aricanduva, Butantã, Meninos, Vila Atlântica, Casa Blanca, Heliópolis, Inácio Monteiro, Paraisópolis, Parque Anhanguera, Parque Bristol e Pera Marmelo. A Bienal de Cinema Indígena prossegue até 12 de outubro.
A programação completa segue em anexo, com material fotográfico de filmes que serão exibidos. Para o público, a programação completa está disponível aqui. Leia aqui entrevista com o diretor de Martirio, Vincent Carelli.
Todas as sessões da Aldeia SP serão gratuitas.
*texto originalmente publicado em Painel Acadêmico