Alguns candidatos à presidência do Haiti declararam nesta terça-feira (29/11) que não reconhecem a vitória de Jovenel Moïse, do PHTK (Partido Haitiano Tet Kale), nas eleições realizadas no dia 20 de novembro. Segundo resultados preliminares oficiais divulgados nesta segunda-feira (28/11) pelo CEP (Conselho Eleitoral Provisório), Moise venceu no primeiro turno com 55,67% dos votos.
“Vamos contestar legalmente e também nos mobilizaremos para defender nossos votos”, afirmou Jude Celestin, candidado da Lapeh (Liga Alternativa pelo Progresso e Emancipação Haitiana) que ficou em segundo lugar com 19,52% dos votos.
Marysse Narcisse, candidata do partido Fanmi Lavalas, acusou de “golpe eleitoral” os resultados que dão a vitória a Moise. “Convocamos à mobilização geral para derrotar estes senhores que querem excluir a maioria”, disse a candidata do partido do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, que obteve 8,99% dos votos.
Jean-Charles Moise, da Plataforma dos Filhos de Dessalines, que conseguiu 11,04% dos votos, também disse que não reconhece os resultados, e advertiu que irá “lutar legalmente e politicamente”. “Sabemos que os empresários querem Jovenel, mas é o povo quem deve decidir. Vamos lutar com todas as nossas forças”, ressaltou Jean-Charles.
Reprodução / Facebook
Jovenel Moïse ganhou as eleições no Haiti no primeiro turno com 55,67% dos votos
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A lei haitiana permite que os candidatos contestem os resultados das eleições presidenciais e legislativas nos tribunais eleitorais antes da publicação dos resultados finais no dia 29 de dezembro.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmou que os resultados preliminares correspondem com os dados apurados por seus funcionários que estavam entre os observadores internacionais das eleições.
Moïse havia conquistado 32,76% dos votos nas eleições de 2015, ficando em primeiro lugar e levando a disputa ao segundo turno, mas denúncias de fraude feitas pelo partido Fanmi Lavalas anularam os resultados. A votação ocorreria originalmente em 9 de outubro deste ano, mas acabou sendo adiada para novembro por causa da catástrofe causada pela passagem do furacão Matthew.
Em suas primeiras declarações, Jovenel Moïse, de 48 anos, convocou a população a “trabalhar por um Haiti melhor”, após centenas de pessoas terem protestado na capital Porto Príncipe devido aos resultados. “Juntos vamos mudar o Haiti”, declarou em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O empresário do setor bananeiro e candidato do partido do ex-presidente Michel Martelly ocupará o lugar do atual presidente interino, Jocelerme Privert, cujo governo provisório dirige o país desde 15 de fevereiro de 2016, quando o mandato de Martelly se encerrou sem um sucessor, já que as eleições haviam sido anuladas.
*Com Agência Efe