O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu a solução de dois Estados para Palestina e Israel e disse não ver uma alternativa viável para a questão em sua última entrevista coletiva como presidente, que aconteceu nesta quarta-feira (18/01) em Washington, capital norte-americana.
“Continuo significantemente preocupado com as questões referentes a Palestina e Israel. O status quo é insustentável”, afirmou Obama, que disse que, apesar de poder “facilitar e encorajar”, não é possível forçar a paz entre as duas partes.
“Não vejo como essa questão possa ser resolvida de forma que Israel continue sendo um Estado tanto judeu quanto democrático”, declarou Obama. “Sem dois Estados, de alguma forma acabamos tendo um Estado em que milhões de pessoas são desprotegidas e vivem como cidadãos de segunda classe”, criticou o presidente dos Estados Unidos, que em dezembro do ano passado teve uma abstenção histórica que permitiu a aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a política de assentamentos de Israel.
Obama ainda alertou seu sucessor Donald Trump, que assumirá na sexta-feira (20/01), de que tomar medidas unilaterais em relação a essa questão pode ser “explosivo”.
Agência Efe
Barack Obama deu sua última entrevista coletiva como presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira
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Relação com Rússia
Para o presidente norte-americano, é do interesse dos Estados Unidos ter uma “relação construtiva” com a Rússia, mas alertou que houve um “aumento de sentimento antiamericano” no país com a volta de Vladimir Putin à presidência russa em 2012. “Isso dificultou a relação”, afirmou Obama.
O governo russo foi acusado pelo serviço de inteligência norte-americano de ter realizado ciberataques durante as eleições presidenciais de 2016, o que levou o presidente Obama a impor sanções econômicas contra a Rússia e expulsar 35 diplomatas russos dos EUA. A Rússia nega as acusações.
Comutação de sentença de Chelsea Manning
Um dos últimos atos de Barack Obama como presidente foi a comutação de sentenças de 209 detidos, incluindo a ex-soldado Chelsea Manning, condenada por vazar informações sigilosas ao site Wikileaks, e o independentista porto-riquenho Oscar López Rivera. Ambos serão libertados no dia 17 de maio.
“A sentença que ela [Manning] recebeu foi desproporcional comparada às de outros”, disse Obama, que afirmou que revisou os detalhes particulares desse caso e considerou “inteiramente apropriado comutar sua sentença”.
“A justiça foi feita e uma mensagem foi dada”, disse Obama em relação à punição recebida por Manning. “Quando se trata da nossa segurança nacional, muitas vezes estamos lidando com agentes de campo cujas vidas estão em risco”.