O governo russo e a Ucrânia chegaram a um acordo de cessar-fogo neste sábado (18/02), que entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira (20/02), informaram os ministros de Relações Exteriores da França e da Alemanha, Jean-Marc Ayrault e Sigmar Gabriel, mediadores do pacto. A trégua no leste da Ucrânia foi negociada em reunião durante a (MSC) Conferência de Segurança de Munique.
O objetivo do novo acordo, que sucede a outras tentativas frustradas de conter as hostilidades no leste da Ucrânia nos últimos meses, é pôr fim à “forte escalada” da violência na região do Donbas, explicou Gabriel.
Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores russo, explicou que durante os próximos dias acontecerão encontros para detalhar um roteiro para a implementação dos pontos militares e políticos do acordo de Minsk, assinado no início de 2015 mas que está bloqueado há meses. O chanceler russo também indicou que, apesar do compromisso com um novo cessar-fogo, não haviam sido alcançados “muitos progressos” em relação ao acordo.
Agência Efe
Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores russo e chanceler alemão, Sigmar Gabriel
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O ministro alemão, no entanto, falou de “uma boa atmosfera” no encontro e seu homólogo francês garantiu sentir-se “satisfeito” após a reunião. Ayrault e Gabriel também afirmaram que os EUA não estão cogitando participar das negociações em torno da Ucrânia, apesar dos rumores neste sentido que foram divulgados nos últimos dias.
Durante a nova trégua deveriam voltar a retirar as armas pesadas da denominada “linha de contato”, a frente entre o exército ucraniano e os opositores separatistas apoiados por Moscou. Além disso, ambas as partes se comprometem a permitir o acesso aos observadores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), que devem comprovar no terreno que a trégua está sendo cumprida, e à Cruz Vermelha, para que forneça ajuda humanitária à população civil.
A divulgação da nova trégua coincidiu com o anúncio por parte do Kremlin de um decreto do presidente russo, Vladimir Putin, que ordenou reconhecer os documentos dos moradores das áreas sob controle separatista no leste da Ucrânia. O decreto, acrescenta o comunicado, beneficiará os “cidadãos da Ucrânia e pessoas sem cidadania que vivem permanentemente em certas áreas das regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk”, de modo que os afetados “possam entrar e sair da Rússia sem necessidade de formalizar um visto sobre a base dos documentos de identidade”.