Atualizada às 11h24
Com a apuração na reta final, Lenín Moreno, candidato do governo à Presidência do Equador, segue na liderança, mas ainda não atingiu os 40% necessários para vencer as eleições no primeiro turno. De acordo com números fornecidos pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), às 11h24 de Brasília, com 87,9% apurados, Lenín, do Aliança País, tinha 39,1% dos votos, contra 28,3% do opositor Guillermo Lasso, do Creo.
De acordo com as regras eleitorais equatorianas, se o líder passar a marca dos 40% e a diferença para o segundo colocado estiver acima de 10 pontos percentuais, a eleição acaba no primeiro turno. No momento, a diferença entre Lenín e Lasso é de 10,82 pontos percentuais.
As pesquisas de boca de urna oscilavam entre uma vitória apertada de Lenín em primeiro turno e a disputa em segundo turno entre o candidato governista da Aliança País e Lasso, que afirmou logo após a divulgação dos levantamentos, no domingo, que começaria a trabalhar “amanhã mesmo [segunda]” para o segundo turno. Lenín, por sua vez, disse em entrevista à emissora RT que está 'confiante' de que leva no primeiro turno, mas que está pronto para uma segunda rodada.
Fotos: Agência Efe
Para vencer no 1º turno, Lenín Moreno precisa atingir 40% dos votos e ter 10 pontos de diferença para o segundo colocado
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O candidato acrescentou que os resultados das pesquisas de boca de urna ratificam que a chamada Revolução Cidadã, liderada pelo presidente Rafael Correa, “não será parada por ninguém”. “Esta revolução já é uma lenda e temos um líder nato desta revolução que a conduziu durante dez anos com dignidade, com honestidade, com transparência, com inteligência”, disse em referência a Correa, que assumiu a presidência em janeiro de 2007.
A candidata do PSC (Partido Socialista Cristão), Cynthia Viteri, ocupa o terceiro lugar com 16,35% dos votos. Mais de 12 milhões de equatorianos votaram neste domingo (19/02) para decidir o presidente, vice-presidente e 137 deputados para a Assembleia Nacional, além de 5 representantes para o Parlamento Andino.
Guillermo Lasso será o oponente de Lenín Moreno caso ocorra segundo turno no Equador
Candidatos
O ex-vice-presidente Lenín, de 63 anos, anunciou em outubro do ano passado, quando aceitou a indicação para candidatura do presidente Correa, que seu companheiro de chapa na cédula eleitoral seria o atual vice, Jorge Glas. O candidato do movimento governista AP (Aliança País), defende uma “cirurgia maior” contra a corrupção e promete a criação de 250 mil postos de trabalho ao ano, assim como ações para a construção de 40 escolas técnicas e a erradicação da desnutrição infantil.
Com Moreno, o correísmo pretende continuar a “Revolução Cidadã”, que impulsionou políticas de inclusão social desde a chegada da Aliança País ao poder em 2007, além de implementar uma nova constituição em 2008. Tendo como inspiração a Revolução Liberal do Equador na virada do século 19 para o século 20, a atual constituição equatoriana segue a linha política do bolivarianismo. Para as eleições de 2017, o correísmo será representado pela Frente Unidos, coalizão formada pela Aliança País, Partido Socialista Equatoriano, Partido Comunista Equatoriano e outras organizações políticas menores.
Por sua vez, o ex-banqueiro Lasso, líder do movimento conservador Creo, propõe a eliminação de 14 impostos, a criação de 1 milhão de empregos e a supressão da lei de meios, algo também defendido por Viteri, que, nas pesquisas, já aparecia no terceiro lugar, com cerca de 14% das intenções de voto.