O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do Equador confirmou na noite desta quarta-feira (22/02) que nenhum dos oito candidatos à Presidência do país obteve os votos suficientes nas eleições do último domingo (19/02), por isso o segundo turno acontecerá entre os dois mais votados: o governista Lenín Moreno, da Aliança País, e o opositor Guillermo Lasso, da aliança conservador Creo.
“Posso informar ao país que no dia 2 de abril se realizará o segundo turno eleitoral”, declarou o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo, durante pronunciamento em cadeia nacional.
Com 99,5% das urnas apuradas, Lenín alcançou 39,33%, enquanto Lasso ficou com 28,1% dos votos. A legislação eleitoral equatoriana estabelece que, para conseguir vencer as eleições presidenciais no primeiro turno, um candidato precisa da metade mais um dos votos ou, pelo menos, 40%, com uma diferença de dez pontos percentuais em comparação ao segundo mais votado.
Por isso, Pozo disse que a partir desta quinta-feira (23/02) o CNE começará a organizar o segundo turno.
Agência Efe
Lenín Moreno, candidato da governista Aliança País, e Guillermo Lasso, candidato da aliança conservadora opositora Creo, disputarão segundo turno de eleição presidencial no Equador
O anúncio do chefe do CNE colocou um ponto final na tensão em que ficou o país desde o fim da jornada eleitoral e o começo da apuração, ao longo da qual se disputou voto a voto tanto a vitória no primeiro turno de Lenín quanto a realização do segundo turno entre o candidato governista e Lasso. Apoiadores do opositor chegaram a fazer uma “vigília” nas imediações da sede do Conselho, em Quito, para exigir o segundo turno.
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Em referência a esta situação, Pozo afirmou que, como administrador dos processos eleitorais no país, teve firmeza em defender o CNE, “cujas resoluções são legais e autônomas”. “Nossa atuação jamais será resultado de pressões, condicionamentos e tampouco de violência”, declarou.
O chefe do CNE fez o anúncio após afirmar na terça-feira (21/01) que era impossível uma mudança na tendência de segundo turno observada na apuração. A declaração foi criticada pelo Aliança País, que considerou um “grave erro” fazer “afirmações sobre uma tendência nos resultados eleitorais a partir de dados que não são definitivos”. O partido governista também apontou problemas em atas de votação do exterior.
Nesta quarta-feira (22/02), o presidente equatoriano, Rafael Correa, também criticou o CNE e disse que houve “mau procedimento” na contagem de votos, um “erro sistemático” que fez com que a oposição armasse um “show de nada” sobre o segundo turno.
Em entrevista à imprensa estrangeira antes do anúncio de Pozo, o presidente já indicou, porém, que haveria segundo turno, e afirmou que Lenín vencerá Lasso, “adversário mais fácil de derrotar” da oposição, na nova rodada eleitoral.
Além de Lenín e Lasso, outros seis candidatos disputaram a Presidência do Equador. Com 99,53% dos votos apurados, Cynthia Viteri, do PSC (Partido Social Cristão), tem 16,31% – e já declarou apoio a Lasso no segundo turno
*Com Agência Efe