O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (25/02) que romperá com a tradição e não participará do jantar dos correspondentes da Casa Branca, um evento social anual que costuma ser uma oportunidade para aliviar as tensões entre o governo dos EUA e a imprensa.
“Não participarei do jantar dos correspondentes da Casa Branca este ano. Por favor, deseje a todos tudo de bom e tenham uma grande noite!”, disse Trump em seu perfil no Twitter.
I will not be attending the White House Correspondents' Association Dinner this year. Please wish everyone well and have a great evening!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 25 de fevereiro de 2017
O anúncio de Trump chega em um momento de tensão entre o governo dos EUA e parte da imprensa norte-americana, que recentemente foram chamados pelo presidente de “desonestos”, “inimigo do povo” e divulgadores de “falsas notícias”.
Na sexta-feira (24/02), jornalistas do The New York Times, CNN, BBC, Buzzfeed, Los Angeles Times, Politico, New York Daily News e Daily Mail foram impedidos de participar de uma entrevista coletiva com o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer. Em um ato inédito na relação entre o governo e a imprensa, Spicer selecionou alguns veículos para participar de uma conferência, excluindo o restante dos jornalistas.
Na ocasião, a Associação de Correspondentes da Casa Branca repudiou a decisão, encorajando as organizações presentes na conferência a compartilhar as informações divulgadas com os outros membros da imprensa.
Agência Efe / Arquivo
Presidente dos EUA, Donald Trump tem atacado parte da imprensa norte-americana, que ele classificou como 'inimigo do povo'
Também na sexta-feira, no segundo dia da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC), Trump atacou a imprensa por esta pensar que ele nunca venceria as eleições presidenciais de novembro do ano passado e por manter sempre como favorita nas pesquisas à candidata democrata Hillary Clinton.
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O jantar anual da Associação dos Correspondentes da Casa Branca tradicionalmente conta com a participação do presidente, da primeira-dama, altos funcionários do governo e jornalistas que cobrem a Casa Branca pelos grandes veículos de imprensa dos EUA, como CNN e The New York Times.
O jantar deste ano está previsto para o dia 29 de abril e alguns meios de comunicação já tinham anunciado que não pensavam em comparecer por conta da atitude do presidente em relação à imprensa.
O evento é organizado desde 1920 pela Associação dos Correspondentes da Casa Branca, uma organização que reúne os jornalistas que cobrem o governo e que foi muito crítico com o tratamento de Trump à imprensa e as restrições impostas aos repórteres que seguem o presidente.
Em comunicado, o presidente da Associação dos Correspondentes da Casa Branca, Jeff Mason, disse que o grupo “tomou nota” do anúncio de Trump, mas que o jantar seguirá sendo uma celebração da Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.
“A Associação dos Correspondentes da Casa Branca tomou nota do anúncio do presidente Donald Trump no Twitter sobre que não planeja participar do jantar, que foi e seguirá sendo uma celebração da Primeira Emenda e do importante papel desempenhado por uma imprensa independente para uma república saudável”, disse Mason.
*Com Agência Efe