Após onda de protestos violentos, presidente da Nicarágua revoga reforma da previdência

Daniel Ortega se dirigiu à população para pedir a todos que busquem solução negociada para a crise
“O papa não tinha nenhuma razão para vir ao Brasil, apoiar um golpista. Ele é muito coerente com a opção que tem pelos pobres, pelos que sofrem violência e são marginalizados. Por causa disso ele não quis visitar a Argentina de [Mauricio] Macri. Por essa mesma razão ele não quis visitar o Brasil sob Temer.” A declaração é do frei e teólogo Leonardo Boff, sobre a carta enviada pelo papa Francisco ao presidente Michel Temer, recusando o convite para visitar o país para as celebrações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Clique e faça agora uma assinatura solidária de Opera Mundi
Embora reconheça que a crise que o país enfrenta “não é de simples solução”, Francisco enfatiza: "Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".
Para o frei, o papa deixa claro de que lado está: “Ao lado das vítimas, dos que sofrem, coisa que este governo está produzindo”. “Se ele viesse ao Brasil seria legitimar esse estado de coisas, o que ele nunca faria. Ele foi coerente ao não ir à Argentina e não vir ao Brasil. Enquanto houver formas duras, ditatoriais, eu diria, de governo e de relação com o povo, o papa não dará seu apoio e não visitará essas terras e esses países.”
Agência Efe
Papa nunca viria "apoiar golpista", diz teólogo Leonardo Boff
Boff lembra que, após a abertura do processo do impeachment, o papa Francisco escreveu uma mensagem à então presidenta Dilma Rousseff, já afastada, na qual demonstrou apoio. “O papa Francisco mandou uma carta à Dilma enquanto se fazia o julgamento dela, apoiando-a pessoalmente porque ele a conhece. Eu vi isso, estive com Dilma”, disse Boff à RBA.
Para ele, considerado expoente da Teologia da Libertação e próximo a Francisco, com atitudes como a recusa a vir ao Brasil governado por Michel Temer, o papa está indiretamente dando um recado aos governos “que fazem políticas superficiais, que trazem dificuldades e injustiça para os pobres, e reformas que se fazem com alta velocidade e não atendem às necessidades do povo, são antipopulares e anticonstitucionais”.
Apesar das enormes dificuldades pelas quais passa o país, “não há dificuldade que não possa ser resolvida” – diz Boff. “Já que os partidos estão corrompidos, com um vazio de lideranças, o grande lugar da pressão é a rua e a praça, com manifestações, grupos de discussão onde se discuta que Brasil nós queremos, que coisas principais devemos fazer para incluir a grande maioria que está à margem, superar a chaga da desigualdade, que é uma das piores do mundo”.
Apesar do pessimismo de parte da população brasileira com os ataques a direitos pelo governo e suas reformas, Leonardo Boff afirma acreditar que “esse caos, essa confusão que está havendo, lentamente vai criar uma claridade para ver o caminho que devemos seguir, um outro tipo de sociedade, de governo, que seja voltado para o povo, que realize direitos e não apenas defenda privilégios”.
(*) Publicado originalmente em Rede Brasil Atual
… temos algo a sugerir. Cada vez mais gente lê Opera Mundi, mas a publicidade dos governos, com o golpe, foi praticamente zerada para a imprensa crítica, e a publicidade privada não tem sido igualmente fácil de conseguir, apesar de nossa audiência e credibilidade. Ao contrário dos sites da mídia hegemônica, nós não estamos usando barreiras que limitam a quantidade de matérias que podem ser lidas gratuitamente por mês. Queremos manter o jornalismo acessível a todos. Produzir um jornalismo crítico e independente custa caro e dá trabalho. Mas nós acreditamos que o esforço vale a pena, pois um jornalismo desse tipo é essencial num mundo que preza a democracia. E temos certeza de que você concorda com isso.
Torne-se um assinante solidário ou faça uma contribuição única.
(Este anúncio é diretamente inspirado numa solicitação feita pelo jornal britânico ‘The Guardian’. A imprensa independente de todo o mundo está buscando nesse tipo de apoio uma forma de existir e persistir.)
Daniel Ortega se dirigiu à população para pedir a todos que busquem solução negociada para a crise
Entre outros nomes, assinam documento Rosemberg Cariry, Roberto Gervitz, Marieta Severo e Bete Mendes
Depois dos bombardeios do ano passado, 100 mil pessoas vivem entre ruínas sem água nem luz
Ela criticou Gleisi Hoffmann por entrevista a emissora do Qatar, que tem problemas diplomáticos com Riad
Música clássica, música popular, música engajada, música e política, música num romance policial. Se você gosta de música, não pode deixar de conhecer esses 20 títulos da editora Alameda. Clique aqui e confira. O frete é grátis.
Leia MaisFoi o único estado a não fornecer escolta policial para comitiva de Lula
Mídia insinua: Estados devem esquecer áreas sociais e privatizá-las
Ex-ministro falou sobre decreto de intervenção militar no RJ
De acordo com comunicado do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, a decisão foi tomada para amenizar as tensões e implantar um ambiente pacífico para o encontro entre o presidente Moon Jae-in e o líder norte-coreano, Kim Jong-un
Após a contagem de 99% das urnas, Mario Abdo Benítez venceu Efraín Alegre com menos de quatro pontos de diferença de votos
Família de Abdo Benítez teve relações com a ditadura de Alfredo Stroessner; Efraín Alegre, da Aliança Ganhar, que reunia partidos de centro e de esquerda, ficou em segundo
Daniel Ortega se dirigiu à população para pedir a todos que deixem de lado diferenças políticas e ideológicas e busquem solução negociada para a crise
Entre outros nomes, assinam documento Rosemberg Cariry, Roberto Gervitz, Murilo Salles, Rui Guerra, Marieta Severo, Bete Mendes, Andrea Beltrão e Daniel de Oliveira