A Polícia Metropolitana de Londres (Met) afirmou nesta segunda-feira (19/06) que o atropelamento ocorrido na mesquita de Finsbury Park, no norte de Londres, neste domingo (18/06), é um atentado terrorista, de acordo com a metodologia empregada.
No incidente, dez pessoas ficaram feridas e um homem morreu. A Scotland Yard deve ainda estabelecer se essa morte está diretamente vinculada ao atentado, pois, aparentemente, essa pessoa já recebia auxílio quando o veículo começou a atropelar os pedestres.
A primeira-ministra Theresa May presidiu nesta segunda uma reunião do Comitê de Emergência, integrado pelos principais ministros e representantes das forças da ordem, para tratar sobre o incidente.
May qualificou de “terrível” o incidente ocorrido perto da mesquita de Finsbury Park, uma das mais importantes do Reino Unido, e expressou sua solidariedade às vítimas e a suas famílias.
Algumas testemunhas do atropelamento descreveram que o suposto autor, que foi preso, gritou que iria “matar todos os muçulmanos”, antes de ser rendido pelas pessoas que estavam próximas à mesquita. O suposto terrorista é um homem de 48 anos que está sendo interrogado pela Met. Não foram identificados outros suspeitos até o momento.
Testemunhas
Uma das testemunhas, Abdulrahman Saleh Alamoudi, afirmou que estava junto com um grupo de fiéis que acabava de terminar de rezar e que, nesse momento, ajudava um idoso que “tinha caído”, talvez por causa do calor, quando a van do agressor se dirigiu a eles.
“Esta caminhonete veio para cima da gente. Acredito que pelo menos dez pessoas ficaram feridas e por sorte, eu consegui escapar”, afirmou. “Então, o homem saiu da caminhonete e o agarrei. Estava gritando: Vou matar todos os muçulmanos, vou matar a todos os muçulmanos. Ao mesmo tempo que ia dando murros”, relatou.
Quando conseguiram imobilizá-lo, segundo esta versão, o homem pediu que o “matassem”.
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Agência Efe
Policiais cercam área de Finsbury Park, onde atropelamento em frente a mesquisa deixou um morto
Outra testemunha, Abdikadar Warfa, contou como ele ajudou a deter o suspeito enquanto seus amigos socorriam novas vítimas que ficaram feridas. “Vi um homem sob a van, que estava sangrando e meu amigo me disse que era preciso levantar o veículo. Eu estava ocupado com o homem que tinha tentado escapar”, disse.
Por sua vez, Salah Alamoudi apontou que as pessoas que contribuíram para deter o agressor esperaram “meia hora” até a chegada dos agentes e que o terrorista “era um tipo forte, um homem grande”.
Um morador do bairro de Finsbury Park, Abdul Abdullahi, que passou pela mesquita, falou em “uma sensação de confusão” e disse que viu “gente jogada no chão” enquanto o agressor “parecia indiferente”.
Prefeito
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, que é muçulmano, qualificou nesta segunda o incidente desta noite na cidade como um ataque aos valores “compartilhados de tolerância, liberdade e respeito”.
Além disso, o prefeito pediu aos londrinos, em declaração, que mantenham a “calma” e permaneçam “vigilantes” enquanto se esclarece este incidente.
“Enquanto este parece ser um ataque contra uma comunidade em particular, como os terríveis de Manchester, Westminster e London Bridge, este é também um ataque contra todos os nossos valores compartilhados de tolerância, liberdade e respeito”.
“Ainda não sabemos de todos os detalhes, mas está claro que este foi um ataque deliberado contra londrinos inocentes, muitos deles terminando as orações durante o mês sagrado do Ramadã”, disse Khan.