A manifestação pacífica “Solidariedade Sem Fronteiras em vez do G-20” juntou 76 mil pessoas neste sábado (08/07), segundo os organizadores. Apesar do caos instalado no centro de Hamburgo nos últimos dias e da constante presença policial junto ao cortejo, a manifestação decorreu de forma festiva, com música e slogans contra o G-20 e o capitalismo e uma forte presença da comunidade curda.
“Quisemos trazer para as ruas a nossa crítica ao G-20 e as nossas alternativas para políticas globais mais justas”, disse Thomas Eberhardt-Koester, da coordenação da Attac, à agência Reuters.
O número de detidos nos protestos chegou a 143, segundo informaram neste sábado as autoridades de Hamburgo.
O total de policiais feridos chegou a 200, vários deles feridos, embora não haja números concretos deste último grupo entre os manifestantes.
Dentro da reunião, as negociações para encontrar um acordo sobre o comunicado final duraram até o fim da manhã, por causa da divergência aberta pelo anúncio de Donald Trump de que os EUA abandonaram o acordo climático assinado em Paris.
G20Demo/Twitter
Manifestação neste sábado em Hamburgo reuniu 76 mil pessoas
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A solução encontrada passou por incluir um parágrafo a reconhecer a posição dos EUA e outro a reafirmar o compromisso dos restantes 19 países reunidos em Hamburgo com o acordo de Paris, classificado como “irreversível”.
Merkel defende escolha de Hamburgo
Na conferência de imprensa de encerramento, a chanceler alemã, Angela Merkel, respondeu ainda às críticas sobre a escolha daquela cidade para realizar a cúpula dos 20 países, apesar dos avisos sobre os riscos de segurança. Ela defendeu a sua escolha, afirmando que não pode aceitar que haja locais onde não se possam reunir estes chefes de Estado e de governo.
A cidade de Hamburgo viveu praticamente em estado de sítio nos últimos dias, com mais de 20 mil policiais e forças especiais ali colocadAs para impedir o acesso às zonas condicionadas pela cimeira. Apesar disso, os bloqueios atrasaram o programa de várias delegações e registaram-se confrontos violentos que provocaram centenas de feridos entre polícias, moradores e manifestantes.
Depois deste acolhimento na Alemanha, o G-20 decidiu sair da Europa pelo menos até 2021. As próximas cúpulas vão acontecer na Argentina em 2018, no Japão em 2019 e na Arábia Saudita em 2020.
(*) Com Esquerda.net e Efe