O genro e assessor do presidente dos Estados Unidos, Jared Kushner, negou nesta segunda-feira (24/07), no Senado, qualquer negligência nos contatos realizados com pessoas russas no ano passado, disse não ter nada a esconder e criticou os que sugerem que seu sogro, Donald Trump, venceu as eleições com a ajuda do Kremlin.
“Não cometi atos de conluio com a Rússia, nem sei de ninguém mais na campanha que tenha feito isso”, disse Kushner em declaração à imprensa na Casa Branca após prestar depoimento a portas fechadas ao Comitê de Inteligência do Senado.
“Não tive contatos inadequados. Não dependi de recursos russos para financiar as minhas atividades empresariais, e fui totalmente transparente ao proporcionar as informações solicitadas pelo FBI e pelo Congresso”, completou o assessor e genro de Trump.
Ele também defendeu que seu sogro venceu as eleições porque tinha uma mensagem melhor e fez uma melhor campanha do que os democratas. “Sugerir outra coisa é ridicularizar quem votou nele”, afirmou.
Kushner é a pessoa com maior influência sobre Trump dentre os que estão sendo investigados pelo FBI e pelo Congresso norte-americano por seus contatos com a Rússia durante a campanha eleitoral e o período de transição.
Agência Efe
Jared Kushner durante pronunciamento diante da Casa Branca (24/07)
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Ele foi convocado a depor por conta de suas reuniões com representantes de Moscou durante a campanha eleitoral de 2016 e o período de transição de governo. Além disso, o genro do presidente participou, em junho de 2016, de um encontro com uma advogada russa que dizia ter informações comprometedoras sobre a democrata Hillary Clinton.
Sobre essa reunião, Kushner disse não saber do que se tratava por não ter lido a sequência de e-mails encaminhada por Donald Trump Jr., filho mais velho do magnata, ao pedi-lo que o acompanhasse no encontro. Além disso, disse não saber com quem iam se reunir, por isso não sabia sobre a promessa de informação relativa a Hillary.
“Quando cheguei, a advogada russa estava falando sobre um veto às adoções de crianças russas nos EUA. Não fazia ideia porque ela estava falando sobre esse tema e decidi rapidamente que estava perdendo tempo nessa reunião”, explicou Kushner.
Dez minutos depois, Kushner escreveu uma mensagem para seu assistente e pediu para que ele o ligasse. Seria uma desculpa para pedir licença e deixar a reunião. Trump Jr. e o ex-chefe de campanha do republicano, Paul Manafort, também estiveram na reunião e devem testemunhar na Comissão de Inteligência do Senado na próxima quarta-feira (26/07).
O comitê investiga as denúncias de que a Rússia teria tentado interferir nas eleições de 2016, ao supostamente patrocinar ataques cibernéticos contra a equipe de Hillary. A Rússia nega as acusações, que classifica como “caça às bruxas”.
*Com Agência Efe e ANSA