Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (10/08), o Ministério de Relações Exteriores da Rússia defendeu a Assembleia Constituinte na Venezuela e disse que membros da comunidade internacional avançam no desmantelamento da solução pacífica para a crise política que atravessa o país.
“De maneira contrária à lógica dos acontecimentos e seus próprios chamados à “democratização” na Venezuela dos processos dirigidos por algumas forças de política interna e externa, segue avançando, como antes, a linha destrutiva de desmantelamento das ferramentas do diálogo emergente e, de fato, devolve a situação às posições iniciais sem saída”, diz o comunicado.
“A paz na Venezuela depende, como sempre, da boa vontade de todas as partes de retomar o diálogo no âmbito da Constituição, sem nenhuma ingerência do exterior, de acordo com os esforços de reconciliação política para formação de uma agenda unificadora”, afirma.
Agência Efe
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov
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Veja a nota na íntegra:
Os acontecimentos na Venezuela e ao redor do país continuam atraindo uma grande atenção da Comunidade Internacional. A realidade determinante do momento atual: a formação de um novo órgão supremo no país, segundo os resultados das eleições do dia 30 de julho, a “Assembleia Nacional Constituinte” e a posta em marcha prática de sua atividade. Por tanto, estão dadas as bases dos novos marcos institucionais da vida política interna do país que abrem, em nossa opinião, a possibilidade de promover a estabilização na Venezuela.
Nas condições atuais, como nunca antes, é necessário um sinal da comunidade internacional de apoio à solução pacífica da crise prolongada através do restabelecimento de uma atmosfera de confiança e o retorno do diálogo direto entre as partes em conflito. Por desgraça, frequentemente vemos o contrário.
De maneira contrária à lógica dos acontecimentos e seus próprios chamados à “democratização” na Venezuela dos processos dirigidos por algumas forças de política interna e externa, segue avançando, como antes, a linha destrutiva de desmantelamento das ferramentas do diálogo emergente e, de fato, devolve a situação às posições iniciais sem saída. Desde outra ótica, é pouco provável que seja possível valorizar a obsessão demonstrada por vários países de aplicar sanções unilaterais, medidas de restrições de isolamento, métodos de pressão e de ultimato contra Caracas. Não acreditamos que tais ações funcionem.
Estamos convencidos de que o caminho rumo à solução política interna da Venezuela, está na intensificação dos elementos construtivos, nos enfoques que se fundamentariam, não nos lamentos sobre o não realizado, mas levando em consideração as novas realidades que se formam na Venezuela, como ponto de partida para seguir adiante com o objetivo de buscar as áreas do consenso nacional e a resolução dos problemas nacionais. Não há mais alternativa que realizar negociações responsáveis e diretas entre o governo e a oposição.
A paz na Venezuela depende, como sempre, da boa vontade de todas as partes de retomar o diálogo no âmbito da Constituição, sem nenhuma ingerência do exterior, de acordo com os esforços de reconciliação política para formação de uma agenda unificadora. O ponto de referência mais próximo ao que chegar a um ambiente de interação é a posta em marcha da campanha eleitoral para realizar as eleições regionais em 10 de dezembro.
Esperamos de todas as partes, internas e externas, a prudência, sabedoria e a disposição construtiva para o trabalho conjunto em benefício de devolver a paz e a prosperidade à terra venezuelana.