O presidente do Comitê da ONU para Eliminação da Discriminação Racial, Anastasia Crickley, pediu, em comunicado, que políticos e oficiais públicos norte-americanos rejeitassem e condenassem de forma inequívoca e incondicional os discursos e crimes de ódio ocorridos em Charlottesville e em outros locais do país na última semana.
“Estamos alarmados com as manifestações racistas, com slogans abertamente racistas, cantos e cumprimentos de nacionalistas brancos, neonazistas e Ku Klux Klan, que promovem a supremacia branca e a incitação à discriminação racial e ao ódio”, afirma Crickley no documento.
Em uma decisão emitida sob o status de “alerta e ação urgente”, o comitê, que monitora a implementação da Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, afirmou que “não deve haver lugar no mundo para ideias racistas e de supremacia branca ou quaisquer ideologias similares que rejeitem princípios essenciais de direitos humanos como a dignidade humana e a igualdade”.
Os EUA ratificaram a convenção em 1994.
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Agência Efe
Manifestantes antirracistas em NY no domingo (13/08) em solidariedade a Charlottesville, na Virginia
Além da investigação criminal dos indivíduos que atropelaram manifestantes com um carro durante protesto pacífico na cidade norte-americana, matando uma pessoa, os relatores da ONU pediram que as autoridades dos EUA adotem medidas concretas para “enfrentar as causas da proliferação de tais manifestações racistas”.
“Pedimos que o governo norte-americano investigue de forma extensiva o fenômeno da discriminação racial, particularmente, contra afrodescendentes, minorias étnicas ou etno-religiosas e migrantes”, acrescentou Crickley.
O comitê também pediu que o governo dos EUA garantisse que os direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica não sejam exercidos com o objetivo de destruir ou negar os direitos e as liberdades de outros, e pediram o fornecimento de garantias necessárias para que tais direitos não sejam utilizados para promover o discurso de ódio racista e os crimes de racismo.