Durante a coletiva de imprensa sobre o Congresso de fundação do novo partido das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) realizada nesta segunda (28/08), o dirigente da organização Carlos Antônio Lozada reafirmou compromisso das Farc-EP com o acordo de paz e que esperam que o governo colombiano garanta a sua parte do compromisso. O dirigente disse, se for necessário, se pressionará nas ruas do país para que o acordo seja implementado. “É um novo momento histórico para o nosso país”, disse Lozada ao reafirmar o compromisso das Farc-EP com o fim da perseguição política dos movimentos sociais na Colômbia.
No segundo dia do congresso foram apresentadas uma série de propostas sobre programa, estatuto, nome e logo do novo que serão levadas ao debate em 10 comissões congressuais que organizam a participação dos 1100 delegados do evento. O congresso teve início neste domingo (27/08) e se encerrará na sexta (01/09) para quando está programado o lançamento público do novo partido das Farc-EP.
Além do programa e estatuto da nova organização também será definida a composição da direção do novo partido e quem serão seus candidatos ao congresso colombiano. “A eleição da direção e dos candidatos será realizada nos marcos da nossa democracia interna”, disse Carlos Antônio Lozada, dirigente das Farc-EP, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda (28/08) no Centro de Convenções Gonzalo Jiménez de Quesada, em Bogotá. Lozada afirmou que cada delegado congressual terá o direito de escolher por voto direto, secreto e nominal tanto a direção partidária quanto os candidatos a serem apresentados pela nova organização para disputar a institucionalidade colombiana.
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Agência Efe
Carlo Lozada durante coletiva de imprensa sobre o congresso de construção de um novo partido das Farc-EP
Presos políticos
Segundo o dirigente das Farc-EP, além dos 1423 presos políticos ligados a organização que deveriam ser libertos de acordo com compromisso firmado entre governo colombiano e as Farc-EP, o “acordo [de paz entre governo e Farc-EP] também prevê a liberdade de mais de 8.000 prisioneiros de consciência que ainda não foi dada [além dos que são da organização]”, afirmou Lozada.
Alianças
Lozada afirmou na coletiva de imprensa que o congresso tem como tema “Por um governo de transição para a reconciliação” e que para isso é necesário juntar todos aqueles que realmente querem a consolidação do acordo de paz. “Porém, acreditamos que o próximo governo não pode se limitar apenas a implementação dos acordos, que já seria muita coisa, mas não é suficiente. A construção da paz não se dá apenas com o silenciamento dos fuzis, a construção da verdadeira paz se dá ao apagar as diferenças econômicas, políticas e sociais no país e no marco de uma nova convivência democrática no marco dos direitos humanos”, finalizou o dirigente.