O negociador chefe do Brexit, Michel Barnier, admitiu nesta quinta-feira (31/08) que não houve “progressos decisivos” nas questões principais sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), como os direitos dos cidadãos e o acordo financeiro, durante a terceira rodada de negociações.
“Não conseguimos nenhum progresso decisivo sobre os temas principais, se bem que a discussão sobre a Irlanda foi frutífera”, declarou o político francês em coletiva de imprensa conjunta com o ministro britânico para o Brexit, David Davis.
Barnier também assumiu que, “no ritmo atual” das conversas, a equipe negociadora se encontra “longe de constatar um progresso suficiente” para poder recomendar ao Conselho Europeu o início das discussões sobre a futura relação entre Bruxelas e Londres.
Os 27 chefes de Estado e de Governo dos países que permanecerão no bloco após a saída britânica tinham previsto que em outubro deste ano haveria um progresso suficiente em tópicos como o acordo financeiro, os direitos dos cidadãos e a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
Agência Efe
O minitsro britânico para o Brexit, David Davis, à esquerda e Michel Barnier, negociador chefe da UE
NULL
NULL
A expectativa para a cúpula europeia desse mês era dar sinal verde para o início de uma segunda fase de conversas centradas na futura relação entre o Reino Unido e os 27, embora fontes comunitárias já tenham reconhecido na semana passada que será difícil cumprir esse prazo.
“Estou preocupado. O tempo passa rápido, é um prazo curto e a cada dia que passa nos aproximamos mais da data de saída do Reino Unido da União Europeia, o 29 de março de 2019, à meia-noite”, disse Barnier, que se perguntou se até lá será possível uma saída ordenada, opção preferida do francês e de sua equipe, ou se Londres abandonará a UE sem um acordo.
Para o ministro britânico, “nós só resolveremos algumas dessas questões olhando para como irá funcionar essa nossa nova parceria no futuro”. Davis ainda afirmou que o governo britânico analisou todas as propostas da UE detalhadamente e que “não é sobre pular etapas ou reabrir antigas discussões, mas é sobre levar de forma pragmática o progresso que todos nós queremos ver”.
*Com Agência Efe