Durante o primeiro de seus 12 discursos na Colômbia, o papa Francisco pediu nesta quinta-feira (07/09) para que o povo colombiano evite a vingança e busque a reconciliação após o fim de mais de 50 anos de conflito entre o governo e as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
“É preciso fugir de qualquer tentação de vingança e de buscar só interesses pessoais a curto prazo. Quanto mais difícil é o caminho que conduz à paz e ao entendimento, mais é necessário colocar empenho em reconhecer o outro, sanar as feridas e construir pontes, ao apertar os laços e ajudar-se no caminho”, disse o Pontífice.
Ao lado do presidente do país, Juan Manuel Santos, Jorge Mario Bergoglio pediu que o governo e a sociedade “construam um país que seja a pátria e a casa para todos os colombianos”.
Segundo o sucessor de Bento XVI, “a Colômbia é o único país do mundo onde hoje as armas estão sendo transformadas em palavras; onde as armas são destruídas e são usadas para criar monumentos pela paz”.
Agência Efe
Papa Francisco acompanhado do presidente colombiano, Juan Manuel Santos e a primeira-dama, María Clemência Santos
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“Eu vos encorajo a olhar para o rosto de todos aqueles que hoje são excluídos e marginalizados na sociedade, aqueles que não fazem parte da maioria e são deixados de lado. Todos somos necessários para criar e formar uma sociedade. Isso não se faz só com alguns 'sangue puros', mas com todos”, disse o Pontífice ressaltando que é “na diversidade que há a riqueza”.
Seguindo com seu discurso religioso, o sucessor de Bento XVI pediu que todos olhem para “aqueles que não tem voz porque foram privados, ou nunca a tiveram, ou nunca lhe foi reconhecida.
“Olhemos também para as mulheres, sobre sua relação, sobre o seu talento, sobre ser a 'mãe' de diversas missões. A Colômbia tem a necessidade de todos para abrir-se ao futuro com esperança”, acrescentou. O líder católico ainda destacou que os colombianos “passaram muito tempo no ódio e na vingança”.
“A solidão de quem está sempre lutando um contra os outros existe há décadas, talvez 100 anos. Não queremos que qualquer tipo de violência restrinja ou anule uma vida sequer. E eu quis vir aqui para dizer que vocês não estão sozinhos, que somos tantos que queremos acompanhar esse passo. Essa viagem quer ser um incitamento para vocês, uma contribuição para esclarecer um pouco o caminho da reconciliação e a paz. Vocês estão nas minhas orações”, finalizou o Papa.