O presidente do sindicato dos eletricitários, Chicão, afirmou em coletiva de imprensa na quarta-feira (20/09) que empresas chinesas estão interessadas em comprar a estatal brasileira de energia Eletrobrás e “montar uma superelétrica internacional para administrar a energia do país”.
O sindicalista destacou que se a estatal for vendida para grupos chineses, “eles irão controlar a geração, transmissão e distribuição de energia” no Brasil, formando assim uma superelétrica.
“Apontaram o dedo para o governo Dilma, falando que ela queria criar uma superelétrica e que era um absurdo”, disse Chicão citando intenções do governo da ex-presidente Dilma Rousseff de usar o capital nacional para comandar o sistema de energia nacional. “Agora, isso é uma superelétrica às avessas, pois os grupos chineses estão comprando tudo”, disse o eletricitário.
Lucas Estanislau
Segundo sindicalista, grupos chineses estão interessados em comprar Eletrobrás, estatal brasileira de energia
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Chicão ainda destacou que as empresas interessadas na compra da Eletrobrás são a CTG (China Three Gorges), empresa chinesa de energia limpa focada no desenvolvimento e operação de hidrelétricas de grande porte, e a State Grid, holding chinesa que atua no Brasil desde 2010.
“Fica muito difícil para nós identificarmos essas empresas, pois elas compram empresas nacionais menores, se juntam com outros grupos e criam outro nome para fazer a compra”, disse o sindicalista. “Só na hora que acontece a desgraça e você pega a razão social e percebe que lá dentro estão os mesmo grupos de interesse”.
O presidente do sindicato dos eletricitários também denunciou a presença de “chineses dentro das empresas com tablets e celulares fotografando tudo, pegando levantamento e até participando de reuniões”. Chicão ainda comparou a possibilidade de privatização da Eletrobrás com a criação da estatal Eletropaulo: “Em 1981, quando a Light saiu e deixou São Paulo sucateada, o povo bancou através de seus impostos a reforma. A Eletropaulo ficou muito boa e depois foi vendida em 1998 para os norte-americanos a preço de banana”.
O sindicalista ainda afirmou que a privatização irá trazer consequências como “energia mais cara, custo maior para a população, tanto da indústria, no comércio e nas residências comuns, em nome do lucro, ganho fácil, de um dinheiro que não fica no país nem é revertido para o social”.
“A soberania nacional está em choque”, disse Chicão. “O Brasil vai virar o país da commoditie. Nós vamos andar pra trás”. O sindicalista ainda afirmou que, se a Eletrobrás for vendida “o prejuízo para a nação será incomensurável”.
Eletrobrás
Em agosto, o governo Temer anunciou suas intenções de privatizar a estatal brasileira de energia que é formada por centenas de empresas que atuam nas três fases da produção energética, geração, transmissão e distribuição.
A Eletrobrás é formada por 233 usinas de geração de energia que inclui a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Furnas, que opera duas termelétricas e 12 hidrelétricas, além de seis distribuidoras no Norte e Nordeste do país e 61 mil quilômetros de linhas de transmissão.