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O líder da União Africana, o presidente guineano Alpha Condé, afirmou nesta quinta-feira (16/11) que o órgão “nunca” aceitará “o golpe de Estado militar” no Zimbábue.
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“Exigimos respeito à Constituição, a volta à ordem constitucional e nunca aceitaremos o golpe de Estado militar”, afirmou. “Sabemos que há problemas internos. Eles precisam ser resolvidos politicamente pelo Zanu-PF [partido do presidente Robert Mugabe] e não pela intervenção das Forças Armadas.”
Na quarta-feira (15/11), Mugabe e sua família – incluindo a primeira-dama Grace Mugabe, cotada para substituí-lo – foi detido por forças militares do Zimbábue em sua residência, em Harare. Ele se nega a renunciar e diz que vai terminar seu mandato.
Os militares dizem que não deram um golpe, mas que mantêm Mugabe “em segurança” e buscam “criminosos” que estariam em torno do presidente.
"Temos como alvo criminosos no entorno dele [Mugabe], que estão cometendo crimes que causam sofrimento social e econômico no país, a fim de levá-los à Justiça. Uma vez que completamos nossa missão, esperamos um retorno à normalidade", disse o major-general Sibusiso Moyo, em emissão pela TV estatal, ainda na quarta.
Nesta quinta, Mugabe se reuniu com o chefe das Forças Armadas do país, Constatino Chiwenga, que liderou o movimento militar, com emissários enviados pelo governo sul-africano e mais um membro católico do clero do país. Os veículos oficiais de informação não haviam divulgado, até as 15h30 de Brasília, qual havia sido o resultado da reunião.
Wikimedia Commons
Presidente do Zimbábue, Robert Mugabe: UA diz que não vai aceitar 'golpe militar'
A crise
A tensão no Zimbábue se agravou depois que Chiwenga ameaçou publicamente o governo Mugabe, presidente do país desde 1987. Chiwenga afirmou que o Exército estava pronto para "intervir" diante da crise no país.
Na semana passada, Mugabe destituiu seu vice-presidente Emmerson Mnangagwa, um aliado do líder militar Chiwenga. Os dois combateram juntos com Mugabe contra o regime de minoria branca na antiga Rodésia.
Chiwenga criticou os planos de Mugabe de demitir outros políticos da velha guarda. "Isso tem que parar", exigiu o chefe do Exército. Ele também criticou que a situação econômica do Zimbábue não tenha melhorado por anos devido a entreveros internos no partido governante União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF).
O partido governante disse na terça-feira que as observações de Chiwenga são equivalentes à traição e ao incitamento à rebelião contra a ordem constitucional. O general Chiwenga e o vice-presidente destituído Mnangagwa são considerados críticos da primeira-dama Grace Mugabe, de 52 anos, que espera seguir os passos de seu marido no mais alto cargo do Estado.
Um especialista da consultoria de risco Verisk Maplecroft afirmou que o aumento da presença militar em Harare era um sinal claro de que as Forças Armadas iriam intervir, caso necessário, para evitar que Grace Mugabe seja presidente.
Segundo a imprensa local, os militares capturaram os ministros das Finanças, Ignatius Chombo; o ministro da Educação Superior, Jonathan Moyo; e o ministro de Obras Públicas e Habitação e comissário político a nível nacional da Zanu-PF, Saviour Kasukuwere.
Os três fariam parte do chamado grupo G40, uma facção do partido que, segundo os analistas, procura expulsar aos veteranos da guerra de independência – como o vice-presidente Mnangagwa – para abrir caminho para Grace Mugabe.
Mugabe é o chefe de Estado mais velho do mundo, mais longevo da África e governa o Zimbábue com uma mão dura há 37 anos – como presidente desde 1987 e primeiro-ministro de 1980 até 1987.
Ele enfrenta críticas por causa da grave crise econômica e por ataques a jornalistas, fazendeiros brancos e oposicionistas. Apesar da idade avançada, ele se recusou a nomear um sucessor. Mugabe pretende concorrer à reeleição em 2018.
(*) Com informações da DW
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