A Aliança de Oposição de Honduras, que apresentou Salvador Nasralla como candidato às eleições presidenciais do país em novembro de 2017, convocou o que chama de operação “Fora JOH”, uma série de manifestações nacionais – incluindo uma greve geral – contra o presidente Juan Orlando Hernández, que tomará posse no próximo dia 27 como o primeiro mandatário reeleito na história do país.
“Em nível nacional, chamamos o povo para participar das manifestações pacíficas porque, em suas mãos, está o resgate do triunfo da Aliança e a retirada de JOH [acrônimo para o nome do presidente] do poder”, diz um comunicado do grupo, no qual chamam boicotes, interrupções no trânsito e greve geral.
As manifestações devem ocorrer entre os dias 20 e 27 deste mês, anunciaram os opositores nesta terça (16/01). No próximo domingo (21/01), haverá um protesto em frente ao Congresso Nacional, junto com os deputados eleitos do bloco opositor.
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Reprodução/Facebook
'Ganhei por meio milhão de votos', disse Salvador Nasralla ao convocar população para protestos
Nas eleições, que ocorreram em 26 de novembro, Hernández foi declarado vencedor com 42,95%, contra 41,24% de Nasralla. O processo foi repleto de denúncias de fraude, com pedidos inclusive de órgãos internacionais por uma recontagem ou repetição da votação.
“Ganhei por meio milhão de votos e todo o mundo sabe disso”, disse Nasralla, em entrevista coletiva de imprensa. “Oxalá que o presidente se dê conta do problema em que está colocando Honduras por querer permanecer no poder, apesar de a vontade popular o odiar”, afirmou.
Em dezembro, Nasralla chegou a dizer que deixaria de contestar o resultado da eleição após os EUA reconhecerem Hernández como vencedor. No entanto, voltou atrás e tomou parte novamente das manifestações da Aliança de Oposição.
Logo após o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) proclamar o atual chefe de Estado como ganhador, as manifestações se iniciaram no país e a repressão das autoridades policiais deixaram ao menos 30 mortos.
Sobre um eventual diálogo com o governo, o líder opositor não descartou a possibilidade e, inclusive, mencionou como possíveis mediadores internacionais a guatemalteca ganhadora do prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, o juiz espanhol Baltasar Garzón e o ex-presidente uruguaio José Mujica.
(*) Com teleSUR