O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi acusado na noite desta quinta-feira (25/01) de ter ordenado a demissão do procurador especial do caso que investiga a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, Robert Muller. Em Davos, na Suíça, onde chegou para participar do Fórum Econômico Mundial, o mandatário negou a informação.
De acordo com o jornal The New York Times, citando fontes, o episódio ocorreu em junho de 2017, dias depois que Mueller foi nomeado procurador especial, no dia 17 de maio. Trump teria alegado que Mueller tinha três conflitos de interesse por seu trabalho como advogado que o desqualificava de sua nova responsabilidade.
Na ocasião, o republicano chegou a protagonizar um grande escândalo ao demitir o então diretor do FBI, James Comey, que naquele momento liderava a investigação.
Segundo a publicação, Trump também teve que enfrentar o advogado da Casa Branca, Donald McGahn, que trabalhou durante sua campanha eleitoral. McGahn, inclusive, ameaçou se demitir por considerar que a saída de Mueller teria um efeito “catastrófico” na presidência de Trump e que, além disso, levantaria ainda mais suspeitas sobre o possível envolvimento do Kremlin nas eleições presidenciais de 2016.
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White House/Flickr
Trump teria tentado demitir Robert Mueller; presidente nega informação do New York Times
O chefe de Estado norte-americano, por sua vez, disse que a notícia não passa de uma “fake news”. “Notícia falsa, gente. Notícia falsa. Uma típica história falsa do New York Times”, disse.
Uma eventual demissão de Mueller poderia abrir uma crise semelhante à enfrentada pelo então presidente Richard Nixon (1969-1974) que, em 20 de outubro de 1973, pediu a demissão do procurador Archibald Cox, que investigava o caso Watergate. O então procurador-geral Elliot Richardson se negou a cumprir a ordem e foi demitido; seu sub, William Ruckelshaus, também se negou e foi dispensado.
Desde então, o dia ficou conhecido nos Estados Unidos como o “massacre do sábado à noite”.
(*) Com Ansa