Os representantes do governo da Venezuela assinaram, à meia-noite desta quarta-feira (07/02), um rascunho do acordo de paz previamente acertado com a oposição, informou o chefe da delegação oficial, Jorge Rodríguez. Os oposicionistas, no entanto, se negaram a assinar o texto, mas as conversas na República Dominicana prosseguirão ainda hoje.
Segundo Rodríguez, “uma ligação de Bogotá”, dirigida ao líder oposicionista Julio Borges, impediu que um acordo definitivo fosse assinado, como era previsto. “Hoje, em um ato embaraçoso, uma chamada de Bogotá dirigida a Julio Borges impediu que se assinasse o acordo”, disse. “É um embaraço para quem recebe instruções do estrangeiro.”
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, está em viagem oficial à Colômbia e se encontrou nesta terça-feira (06/02) com o presidente do país, Juan Manuel Santos.
Por sua vez, Borges disse à imprensa reunida em Santo Domingo que não iria assinar, ao menos por agora, o documento. “Não assinaremos nada que não seja digno, nem esteja à altura do povo venezuelano”.
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Chanceleria Venezuela
Delcy e Jorge (centro) Rodríguez em Santo Domingo; conversas prosseguem
Segundo a emissora RT, quando questionado sobre o governo ter assinado o texto sem sua presença, Borges se limitou a negar que houvesse recebido alguma ligação ou mesmo ordens dos Estados Unidos.
Pontos acordados
Entre os pontos do acordo, foram fixados como prioritários um cronograma para as eleições presidenciais deste ano, a criação de uma Comissão da Verdade e de um grupo para acompanhar o cumprimento do acordo.
Ao texto assinado pelo governo, foram incluídos dos pontos: a “ratificação do legítimo direito da Venezuela sobre a região do Esequibo, na Guiana” (reivindicada por Caracas) e o compromisso das partes em reconhecer o resultado das eleições, previsto para abril.
(*) Com RT