As vendas de armas, especialmente, no Oriente Médio e na Ásia, dispararam nos últimos cinco anos, alimentadas pelas guerras e tensões, segundo um relatório do Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz (Sipri), com sede em Estocolmo, publicado nesta segunda-feira (12/03).
Em nível mundial, as vendas das armas – em alta desde 2003 – aumentaram 10% no volume no período 2013-2017, segundo o relatório do Sipri. O setor continua dominado pelos Estados Unidos, com 34% de cota de mercado.
O informe do Sipri não se aplica às armas maiores (aviões, sistemas de defesa antiaérea, mísseis etc). A Ásia-Oceania é a principal região importadora (42% do total), à frente do Oriente Médio (32%). A Arábia Saudita se converteu no segundo importador mundial de armas atrás da Índia. Os Estados Unidos são o principal fornecedor dos sauditas (61% das importações), seguido pelo Reino Unido (23%) e a França (3,6%).
Na sexta-feira (09/03), Londres assinou com Riad um memorando para a compra pelos sauditas de 48 aviões de combate Eurofighter Typhoon. O acordo provocou debates e protestos no país. “Os conflitos violentos generalizados no Oriente Médio e o respeito pelos direitos humanos levaram a um debate político na Europa Ocidental e na América do Norte sobre a limitação da venda de armas”, disse Pieter Wezeman, pesquisador do Sipri.
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Venda de armas no mundo cresceu entre 2013 e 2017, diz relatório
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Comércio
“No entanto, os EUA e a Europa continuam a ser os maiores exportadores de armas da região e forneceram mais de 98% das armas importadas pela Arábia Saudita”, afirmou Wezeman. Na Ásia, a Índia, que, ao contrário da China, ainda não possui uma produção nacional que lhe permita ser autossuficiente, continua sendo o maior país importador de armas do continente.
A Rússia é o principal fornecedor com 62% das entregas de armas. No entanto, os EUA quintuplicaram o fornecimento ao longo do período de cinco anos. “As tensões entre a Índia, por um lado, e o Paquistão e a China, por outro lado, alimentam a crescente demanda da Índia por armas importantes, que ainda não é capaz de produzir”, diz outro pesquisador do Sipri, Siemon Wezeman.
Pequim, cujas exportações de armas aumentaram 38%, é o principal fornecedor de armas para a Birmânia, onde uma campanha do exército, descrita como limpeza étnica pelas Nações Unidas, provocou o êxodo de quase 700 mil muçulmanos rohingyas desde agosto de 2017.