O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu nesta quinta-feira (22/03) o ultraconservador e ex-embaixador da ONU John Bolton para o cargo de assessor de segurança nacional, o mesmo que defendeu o uso da força militar contra o Irã e a Coreia do Norte e adotou uma linha dura contra a Rússia.
Trump disse em um tweet que Bolton iria substituir H. R. McMaster, seu atual conselheiro de segurança nacional. Bolton, de 69 anos, que há muito tempo é visto como uma figura polarizadora nos círculos de política externa de Washington, torna-se o terceiro assessor de segurança nacional de Trump em 14 meses.
“Tenho o prazer de anunciar que, a partir de 9/4/18, @AmbJohnBolton será meu novo Conselheiro de Segurança Nacional”, escreveu Trump. “Estou muito agradecido pelo serviço do General H.R. McMaster, que fez um excelente trabalho e que continuará sendo meu amigo. Haverá uma entrega de contato oficial em 4/9.”
Bolton se junta a uma equipe de segurança nacional que, com a planejada substituição do secretário de Estado Rex Tillerson pelo chefe da CIA Mike Pompeo, é cada vez mais povoada por figuras que compartilham a tendência isolacionista e unilateral de Trump.
Gage Skidmore/Flickr CC
Ultraconservador John Bolton é o novo assessor de segurança nacional de Trump
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Iraque
Como principal autoridade de controle de armas do Departamento de Estado sob o governo de George W. Bush, Bolton foi um dos principais defensores da invasão do Iraque em 2003, a qual baseada em informações falsas sobre as armas de destruição em massa e os laços do então presidente Saddam Hussein ao terrorismo.
Nos últimos anos, como comentarista da emissora conservadora Fox News, Bolton defendeu posições duras para impedir Pyongyang de obter armas nucleares que possam ameaçar os Estados Unidos. Ele também defendeu a eliminação do acordo nuclear com o Irã de 2015, um pacto que Trump também criticou duramente.
Já McMaster, um general do Exército dos EUA de três estrelas, poderia até sair da Casa Branca para uma posição de quatro estrelas. Em vez disso, ele se aposentará da vida pública.
“Após trinta e quatro anos de serviço em nossa nação, estou solicitando a aposentadoria do Exército dos EUA neste verão, depois do qual deixarei o serviço público”, disse ele em um comunicado. “Ao longo da minha carreira, tive o maior privilégio de servir ao lado de membros extraordinários e civis dedicados”.
(*) Com Sputnik