A polícia francesa prendeu neste sábado (24/03) um amigo de Radouane Lakdim, autor dos ataques terroristas ocorridos nesta sexta-feira (23/03) em Trèbes e Carcassone, no sudoeste da França, que deixou 4 mortos e 15 feridos.
O menor foi detido para interrogatório durante a noite, acusado de “participação na formação de grupo terrorista”. A polícia não divulgou maiores informações sobre o suspeito, que nasceu em 2000, de acordo com uma fonte policial.
Esta é a segunda prisão ocorrida desde o ataque desta sexta-feira (23/03). Ontem a companheira de Radouane Lakdim também foi detida. Os investigadores tentam agora identificar seus cúmplices, e quais foram as motivações do autor do atentado. Apesar de já ter sido preso e monitorado por radicalização islâmica, os policiais não haviam notado em seu comportamento indícios suspeitos. Pouco antes do ataque, o francês de origem marroquina havia deixado sua irmã na escola.
O atentado teve três etapas. Primeiro, o jihadista roubou um automóvel em Carcassonne, matando o passageiro e ferindo o motorista. Um pouco mais longe, disparou e feriu um policial que corria com outros agentes perto de um quartel. Alguns minutos mais tarde, às 11h15 locais, entrou no supermercado Super U, em Trèbes, e matou um funcionário e um cliente.
No estabelecimento havia cerca de 50 pessoas. Segundo sua diretora, Samia Menassi, o supermercado não havia recebido nenhuma ameaça. Neste sábado, o acesso ao local ainda estava sendo controlado por policiais. Ainda não há uma data para a reabertura do local.
Google Maps/Reprodução
Local da ação policial, em Trèbes, onde um homem fez ao menos oito reféns
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Apoio psicológico
A diretora estava presente no momento do ataque e presenciou os disparos contra um açougueiro e um cliente. Ela disse ter pedido a duas funcionárias que chamassem a polícia. Duas pessoas morreram no local, além do tenente-coronel Arnaud Beltrame, que se entregou ao terrorista em troca da liberação de um refém e foi atingido por tiros. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. Para Samia, ele é “um herói que ajudou a salvar seus colegas.” A prefeitura de Trèbes criou um local de apoio psicológico no prédio para receber os funcionários do supermercado.
Publicado originalmente na RFI Brasil