Na segunda-feira (14/05) os EUA devem inaugurar uma embaixada em Jerusalém, com direito a uma grande cerimônia durante a tarde. A transferência a Israel é fortemente condenada pelos palestinos, que prometem contestar a instalação americana no local: um dia de greve já está previsto.
A situação já seria bastante delicada sem o detalhe de que os 70 anos da declaração de independência de Israel por David Ben Gourion serão comemorados na mesma data. Além disso, o dia seguinte é o 70° aniversário do que os palestinos chamam de Nakba, a catástrofe que gerou o êxodo de 700.00 habitantes aos países vizinhos.
A chegada do ramadã também é um fator que deve ser levado em conta, além da atitude das facções palestinas – que podem, ou não, apoiar a contestação.
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Transferência de embaixada de Tel Aviv para Jerusalém é fortemente condenada
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Várias manifestações já foram anunciadas para segunda e terça-feira e as mais importantes devem acontecer na faixa de Gaza onde, há seis semanas, diversos protestos já ocorreram, fazendo 52 mortos e mais de 1.600 feridos por tiro.
Dias decisivos
Um porta-voz do Hamas já assegurou que serão “dias decisivos para a história palestina”. A Cisjordânia também deve ser palco de protestos – na cidade de Ramallah, a previsão é de que as pessoas se reúnam no centro da cidade e marchem até os postos de controle do exército israelense.
As forças armadas já pediram reforços para o perímetro da faixa de Gaza. Os soldados foram treinados para enfrentar a movimentação da multidão esperada no local – cerca de 100.000 pessoas, de acordo com as previsões.
A principal tarefa, de acordo com um oficial israelense, será diferenciar os civis dos membros do Hamas, grupo considerado terrorista por Israel. Ele também admite que as regras continuam as mesmas: há, portanto, possibilidade do uso de armas de fogo.
Com informações do correspondente da RFI em Jerusalém, Guilhem Delteil
Publicado originalmente na RFI Brasil