O partido FARC (Força Alternativa Revolucionária do Comum) se colocou à disposição, em comunicado divulgado na noite deste domingo (17/06), para se reunir com o presidente eleito Iván Duque a fim de discutir o acordo de paz. O grupo vê o acordo de paz firmado em 2016 em risco, já que Duque afirmou que revisaria o pacto.
“É necessário que se imponha a sensatez; o que o país demanda é uma paz integral, que nos conduza à esperada reconciliação, baseada no bem-estar social, na verdade, na justiça e na reparação integral às vítimas do conflito e a garantia de não repetição. Burlar este propósito não pode ser plano de governo”, afirmou a ex-guerrilha, em comunicado lido pelo líder Rodrigo Londoño, o “Timochenko”.
“A totalidade das forças políticas, econômicas e sociais que respaldam o programa de governo do candidato Iván Duque não podem cometer enganos, frente à responsabilidade que pesa sobre seus ombros neste momento histórico. Interpretar o resultado, como uma patente para desconhecer o caminhado em matéria de paz, e burlar os compromissos adquiridos pelo Estado, frente à sociedade colombiana e à comunidade internacional, conseguirá somente levar a nação a um novo ciclo de múltiplas violências, algo que as gerações presentes e futuras jamais perdoariam”, diz o texto.
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Reprodução/FARC_EPueblo
FARC pediu diálogo ao presidente eleito da Colômbia Iván Duque
A FARC pede unidade dos grupos que foram derrotados na eleição. “Nunca, como agora, se faz mais urgente a unidade de todos os setores que cremos na possiblidade de um futuro distinto ao caminho pelo qual se conduziu a nação desde a declaração de nossa independência. O resultado eleitoral da Colômbia Humana [coligação de Gustavo Petro] mostra que sim, é possível.”
Duque foi eleito presidente da Colômbia no começo da noite deste domingo. Apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, Duque somou 53,95% dos votos, contra 41,83% de seu opositor Petro, ex-prefeito de Bogotá.
Candidato do “uribismo”, Duque baseou sua campanha em severas críticas ao acordo de paz entre o governo colombiano e o antigo grupo guerrilheiro FARC, assinado em 2016. O novo presidente promete mudanças no pacto e se apresenta como porta-voz de uma fração da sociedade que estaria insatisfeita com o acordo.
Com 41 anos, o mais novo entre os candidatos, o direitista Iván Duque havia vencido o primeiro turno com 39,14% dos votos. Com passado profissional ligado ao mercado financeiro, trabalhou nos Estados Unidos como consultor do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele assume a Presidência em agosto.
#DeclaraciónCPN @FARC_EPueblo
“…nunca como ahora, se hace más urgente la unidad de todos los sectores, que creemos en la posibilidad de un futuro distinto al camino por el que se ha conducido la nación desde la declaración de nuestra independencia.”🌹🇨🇴 pic.twitter.com/CS1F5cjqTB— Carlos A. Lozada (@Carlozada_FARC) 18 de junho de 2018