Atualizado em 23/06/2016 às 17h54
No dia 24 de junho de 1935, uma segunda-feira, o avião no qual viajava Carlos Gardel e seu parceiro musical, Alfredo Le Pera, se choca com outra aeronave enquanto decolava do Aeroporto Las Playas, na cidade de Medellin, Colômbia. Houve apenas três sobreviventes.
Gardel se encontrava no auge de sua carreira. Milhões de admiradores em todo o mundo choraram sua morte. Conquistava à época uma glória eterna. Um verso de seu tango Volver se converteu num refrão famoso em toda a América Latina: “Veinte años no es nada”. A qualidade da interpretação, o inigualável timbre de sua voz e a morte prematura ajudaram a convertê-lo num mito popular. O tango está indissoluvelmente ligado a seu nome.
Seus restos estão enterrados no cemitério de Chacarita, em Buenos Aires. Sua tumba é constantemente visitada até hoje por admiradores de todo o mundo.
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Carlos Gardel nasceu em 11 de dezembro de 1890 na cidade de Toulouse, França. Ainda assim, há biógrafos que defendem que ele nasceu em Tacuarembó, uma pequena cidade do interior do Uruguai. Seu verdadeiro nome era Charles Romuald Gardès. Filho de pai desconhecido, chegou a Buenos Aires com sua mãe, Marie Berthe, quando tinha apenas dois anos. Viveu sua infância e adolescência no bairro portenho do Mercado de Abasto. Pobre, desde cedo fazia pequenos trabalhos para ajudar sua mãe. Ali o apelidaram de “francesinho” e, depois, de “Moreno do Abasto”.
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Começou sua carreira em cafés e reuniões de bairro. Em 1911 conheceu o uruguaio José Razzano e formou com ele uma dupla popularmente conhecida como El Morocho y El Oriental, que interpretava ritmos populares locais. Naquele momento, mudou seu sobrenome em definitivo para Gardel e se converteu no fenômeno musical da década. O reconhecimento chegou em 1914, quando passou a se apresentar regularmente no cabaré Armenonville, em Buenos Aires.
À época o tango era ainda uma música meramente instrumental e dançante, sem letra. Em 1917 surgiria a canção Mi noche triste, de autoria de Samuel Castriota e Pascual Contursi. Carlos Gardel a interpretou e converteu-se, assim, no primeiro cantor de tangos. Ainda em 1917, roda o primeiro de seus filmes, “Flor de Durazno”.
Na década de 1920, Gardel empreendeu um giro pela Europa. Fez o tango ser admirado e saudado em diversas cidades da França e da Espanha. A consagração se deu em Paris, onde foi aclamado por plateias que chegavam ao êxtase. Depois de seu regresso à Argentina em 1925, separou-se amigavelmente de Razzano. Dedicou-se inteiramente à gravação de discos. O extraordinário sucesso de suas interpretações renderam-lhe imensa popularidade.
No início da década de 1930 já era uma celebridade mundial, não só na Argentina, Uruguai e o restante da América Latina como também na Europa. Sua popularidade mundial encorajou a companhia cinematográfica norte-americana Paramount Pictures a contratá-lo para estrelar quatro filmes que seriam rodados na França.
Em 1934, invade o mercado musical norte-americano. Recebeu incontáveis convites para cantar em rádios e gravar discos. Incursionou em seguida no cinema, em filmes musicais centrados em sua figura de cantor. A difusão desses longas transformaram-no em ídolo e personalidade incontestável, e, mais ainda, em lenda. Foi em 1935, por ocasião de uma turnê por diversos países da América Latina, que ocorreu o desastre que o matou.
Carlos Gardel é sinônimo de tango até hoje. Foi intérprete, compositor e ator de incontáveis canções e musicais. Com o cadenciado e sincopado ritmo portenho, ganhou ares de romantismo e deu a volta ao mundo. Personagem emblemático em vida, sua legendária memória continua sendo cultivada. O mito de Gardel atravessou vigorosamente todo o século XX.
Ainda em nossos dias é um verdadeiro ícone do tango e uma das personalidades artísticas mais queridas de toda a Argentina. Os argentinos costumam dizer que Gardel “cada dia canta melhor”.
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