Atualizada em 17/08/2016, às 08h00
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É publicada em 17 de agosto de 1945, a primeira edição do livro Animal Farm (A Revolução dos Bichos no Brasil, Cia. Das Letras). Trata-se de uma alegoria do escritor e jornalista britânico George Orwell, nome artístico de Eric Arthur Blair. A obra de Orwell é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência das injustiças sociais, uma clara oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante do anarquismo, o escritor faz a defesa da auto-gestão. Sua crença no socialismo democrático foi abalada pelo socialismo real que denunciou na obra, apontada pela revista Time entre os cem melhores da língua inglesa. A sátira feita à União Soviética obteve também o 31º lugar na lista dos melhores romances do século XX organizada pela Modern Library List.
Os animais tentam criar uma sociedade utópica, porém Napoleão é seduzido pelo poder, afasta Bola de Neve e estabelece uma ditadura tão corrupta quanto a sociedade de humanos.
Para o autor, membro do Partido Trabalhista Independente, a obra é uma sátira à política stalinista que, segundo sua ótica, teria traído os princípios da Revolução de 1917.
Num belo dia, os animais da fazenda do senhor Jones se dão conta da vida indigna a que são submetidos: eles se matam de trabalhar para os homens, lhes dão todas as suas energias em troca de uma ração miserável, para ao final serem abatidos sem piedade. Liderados por um grupo de porcos, os bichos então expulsam o fazendeiro de sua propriedade e pretendem fazer dela um Estado em que todos seriam iguais.
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Logo começam as disputas internas, as perseguições e a exploração do bicho pelo bicho, que farão da granja um arremedo grotesco da sociedade humana. A novela de Orwell de fato fazia uma dura crítica ao regime soviético, mas seu sentido transcende amplamente o contexto do regime stalinista. Esta obra-prima de ficção parece falar aos nossos dias, quando a concentração de poder e de riquezas, a manipulação da informação e as desigualdades sociais estão presentes.
E resume os mandamentos da Revolução: qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo; qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo; nenhum animal usará roupas; nenhum animal dormirá em cama; nenhum animal beberá álcool; nenhum animal matará outro animal; todos os animais são iguais – mas alguns são mais iguais do que os outros.
Para os menos inteligentes, os porcos resumiram os mandamentos apenas na máxima “Quatro pernas bom, duas pernas ruim” que passou a ser repetido constantemente pelas ovelhas.
Após a primeira invasão dos humanos, na tentativa frustrada de retomar a fazenda, Bola de Neve lutou bravamente, e depois dedicou todo o seu tempo ao aprimoramento da fazenda e da qualidade de vida de todos. Mesmo assim, Napoleão consegue expulsá-lo do território, alegando sérias acusações de traição contra o antigo companheiro.
Napoleão se apossa da idéia de Bola de Neve de construir um moinho de vento para a geração de energia, mesmo tendo criticado o companheiro à época. Algum tempo depois, os porcos começam a negociar com os agricultores da região, descumprindo uma resolução de não contatar os humanos. Os porcos passam ainda a viver na antiga casa do fazendeiro humano, e começam a modificar os mandamentos para o seu proveito.
O hino da Revolução foi banido, já que a sociedade ideal já teria sido atingida, segundo Napoleão. Napoleão acaba declarado líder por unanimidade. As condições de trabalho se degradam, os animais recebem novo ataque humano e já não se lembram se na época em que estavam submissos a Jones era mesmo pior. Mas eram sempre lembrados pela liberdade adquirida por sábios discursos suínos, principalmente os proferidos por Garganta, um porco com especial capacidade persuasiva. Enquanto isso, Napoleão, os outros porcos e os agricultores da vizinhança celebram, em conjunto, a produtividade da Quinta dos Animais. Os outros animais trabalham arduamente em troca de míseras rações.
No final, os animais já não conseguem distinguir os porcos dos homens.
Também nessa data:
1908 – Primeira animação da história, Fantasmagorie estreia no cinema
1958 – Vladimir Nabokov publica a primeira edição da obra 'Lolita' nos EUA
1962 – Rapaz é morto ao tentar pular o Muro de Berlim
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