“Os ousados começam, mas só os determinados terminam.” G. B. Shaw
George Bernard Shaw, dramaturgo, crítico musical, ensaísta, cenógrafo irlandês, morre em Ayot St. Lawrence, Inglaterra, em 2 de novembro de 1950. Frasista e provocador, pacifista e anticonformista, conquistou o Prêmio Nobel de Literatura em 1925.
Nascido em Dublin no seio de uma família da nobreza protestante em 26 de julho de 1856, Shaw adquiriu uma extensa cultura literária e musical. Aos 20 anos, junta-se em Londres à sua mãe, separada do pai alcoólatra, e se interessa por economia política e socialismo. A leitura de Marx foi para ele uma revelação. Ao lado de sua atividade de militante político, tornou-se crítico de arte, tendo escrito numerosos ensaios.
Encenação recente de “Pigmalião”
Em 1882, interessado no programa eugênico de Francis Galton, adere à Sociedade Eugênica. Seu eugenismo é de tipo positivo e rejeita as ideias hegemônicas de Galton e outros conservadores. O socialismo eugênico de Shaw podia se resumir a duas medidas por ele julgadas essenciais: a supressão da propriedade privada e a disjunção radical do casamento e da reprodução.
Depois de tentar em vão publicar cinco romances, dedica-se a partir de 1882 à dramaturgia, tendo escrito mais de 50 peças. Desenvolve um estilo em que sua verve humorística faz dele um mestre inconteste do teatro anglófono. Em suas primeiras peças, bastante engajadas mas pouco representadas, investe contra os abusos sociais. A peça “O Herói e o Soldado”, encenada em 1894 nos Estados Unidos, marca o início de sua fama internacional.
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Shaw frequenta a Sociedade Fabiana, onde conhece Charlotte Townshend, com quem se casa em 1898. Os sucessos teatrais e o casamento põem fim a sua vida de boêmio. Sem jamais deixar de se interessar pela política e pelas questões sociais, dedica-se à dramaturgia em que ridiculariza o conformismo social. Conquista em 1939 um Oscar de Roteiro Adaptado de seu “Pigmalião” ao cinema. Permaneceu bastante ativo ao longo de toda a sua vida, tendo morrido aos 94 anos de sequelas resultante de uma queda.
O cômico de suas peças caminha de par em par com o rigor lógico das ideias que desenvolve. Os prefácios às vezes volumosos constituem verdadeiros ensaios em que expõe seus temas favoritos – arte, pacifismo, ideias políticas, concepções filosóficas e religiosas – e propõe soluções para remediar os males que denuncia em suas peças. Sua obra é a de um revolucionário e de um reformador visando destruir o capitalismo para substituí-lo por um socialismo esclarecido e mais elevado. “Pigmalião” (1912), que deu origem ao filme “My Fair Lady”, e “Santa Joana” (1923), obras de sua maturidade são amiúde consideradas como obras-primas.
Provocador e anticonformista, Shaw denunciou o puritanismo estreito, a hierarquia religiosa e a hipocrisia das convenções da religião em “Discípulo do Diabo” (1896) e “A Revelação de Blanco Posnet” (1909). Em “Androcles e o Leão” (1912), estuda as motivações religiosas e espirituais do homem. Inspirando-se nos ensinamentos de Darwin, funda sua filosofia sobre a evolução, força ainda misteriosa que ele denomina “Força da Vida”, potência imperfeita que busca atingir a perfeição (prefácio de Volta a Matusalém, 1920). Opunha-se vigorosamente à personificação de toda divindade.
Após visitar a União Soviética em 1931 e ser recebido por Joseph Stálin, Shaw tornou-se defensor do regime soviético. Em 11 de outubro de 1931 pronunciou uma palestra radiofônica em estação norte-americana afirmando aos ouvintes que “qualquer trabalhador qualificado (…) com idade adequada e bom caráter seria bem-vindo e encontraria trabalho na União Soviética”. Tim Tzouliadis confirmou que centenas de norte-americanos atenderam a sua sugestão e partiram para aquele país. Por outro lado, no começo dos anos 1930 também, o historiador Gaetano Salvemini, refugiado na Inglaterra, dirigiu contra ele uma dura polêmica, acusando-o de posições filofascistas.
Também nessa data:
1914 – Rússia declara guerra ao Império Turco-Otomano
1917 – Grã Bretanha expressa, através de carta, apoio ao povo judeu
1967 – Lyndon Johnson se encontra com “Os Sábios” para tratar da Guerra do Vietnã
1968 – Negociações de paz para o Vietnã começam a avançar
1975 – Polêmico cineasta italiano, Pier Paolo Pasolini é assassinado em Ostia