Marco Aurélio, imperador romano, o “sábio à borda do precipício”, morre em Vindobona, atual Viena, em 17 de março de 180, aos 58 anos.
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Busto do imperador Marco Aurélio no museu Glyptothek, em Munique
Marco Aurélio, 40 anos, e Lucius Verus, 31 anos, sucederam a Antonino o Pio na chefia de Roma em 7 de março de 161. Ambos haviam sido adotados 23 anos antes pelo imperador com vistas a sucedê-lo, por injunção de seu predecessor, o imperador Adriano. Era a primeira vez que o império seria confiando a uma junta. A colaboração entre Marco Aurélio, apaixonado pela filosofia estoica caracterizada por uma ética em que ser imperturbável, extirpar as paixões e aceitar resignado os desígnios do destino, são as marcas fundamentais do homem sábio, e Lucius Verus, sedutor e hedonista, transcorreu curiosamente bem.
Marco Aurélio Antonino, nascido em 26 de abril de 121 em Roma, pertenceu a uma família de aristocratas e muito jovem perdeu os pais. Adotado pelo tio Aurélio Antonino, que mais tarde se tornaria imperador, foi nomeado seu sucessor. Aos 11 anos conheceu as idéias do estoicismo e adotou hábitos de vida austera. Após estudar retórica com Fronto, decidiu abandonar esse estudo e se dedicar à filosofia.
Após os anos de sua formação passou a colaborar com o imperador, seu pai adotivo, ocupando o cargo de cônsul por três vezes. Em 161, Aurélio Antonino morre e ele torna-se imperador, junto com Lucius Verus. Após a morte por apoplexia de Lucius Verus, em 169, Marco Aurélio tornou-se o único imperador. Suas qualidades humanas e intelectuais lhe valeram ser chamado pelos historiadores como o “sábio à borda do precipício”.
O governo de Marco Aurélio, que se estendeu por quase duas décadas, até sua morte, em campanha militar, foi marcado por guerras sangrentas e prolongadas e por uma série de dificuldades internas. Ele foi excelente guerreiro e administrador e, ao mesmo tempo, humanizou profundamente o exercício do poder.
Foi obrigado a combater inimigos externos, em particular os partos, na Mesopotâmia. Ainda assim teve tempo de escrever suas célebres Meditações. Com a preocupação central de manter a coesão do impérioo, lança em 177 uma grande campanha de perseguição contra os cristãos.
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Quando as obrigações de governo permitiam, entregava-se à reflexão filosófica e escrevia seus pensamentos, em língua grega. Tornou-se assim o terceiro e último expoente do estoicismo romano. O conteúdo de suas “Meditações”, como ficaram conhecidos posteriormente seus pensamentos, registrados em forma de diário, é marcado por tal filosofia, mas um estoicismo distante das doutrinas de Zenão. As especulações físicas e lógicas cedem lugar ao caráter prático dos romanos e ao aconselhamento moral.
Para os estóicos, a filosofia não representa conhecimento, mas modo de vida. Em Marco Aurélio, a questão central da filosofia é o problema de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem. O problema é tratado com grande dedicação por esse homem religioso e pouco interessado na investigação científica. Em seus pensamentos, são bem visíveis as tendências ecléticas. Ele retoma idéias e exemplos de sabedoria que vêm desde Epicuro.
O estoicismo de Marco Aurélio apresenta divergências em relação às origens gregas. Para compreender suas oscilações, é importante levar em conta as circunstâncias históricas em que viveu, mais que suas características psicológicas. Embora sua colaboração tenha sido importante, ele não chegou a ser um pensador original.
Marco Aurélio teve 14 filhos com sua mulher, Faustina a Jovem, filha de Antonino o Pio. Um deles, gladiador brutal, sucede a ele sob o nome de Cômodo.
A imagem do imperador Marco Aurélio está representada por uma estátua equestre (foto acima), hoje num museu do Capitólio, Roma, erigida em bronze no Palácio de Latrão, quando era ainda vivo. É a única que restou da Antiguidade e foi salva da destruição porque durante muito tempo se pensou que fosse da Constantino I, um cristão.
Suas qualidades estéticas lhe valeram ser erguida por Michelangelo no meio da praça do Capitólio, uma joia da Renascença italiana. Tornou-se o protótipo de todas as estátuas equestres do Renascimento. Uma cópia da estátua em bronze está na Piazza del Campidoglio, em Roma. Imagem dessa estátua figura na moeda de 50 cêntimos de euro italiano, desenhada por Roberto Mauri.
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