Em 6 de março de 1869, o químico Dmítri Ivânovitch Mendeleyev apresenta à Sociedade de Química da Rússa sua “classificação periódica dos elementos”, com os 63 elementos químicos então conhecidos, o que permitiu descobrir que as propriedades químicas de cada elemento se repetem a intervalos regulares. A invenção revolucionaria o mundo da química e os novos elementos que viriam a ser descobertos encontrariam naturalmente seu lugar na tabela periódica.
Na o esquema gráfico de Mendeleyev, todos os elementos de uma mesma coluna apresentam propriedades comparáveis. Um pré-requisito necessário para a construção da tabela foi a descoberta individual dos elementos químicos, embora alguns, como ouro (Au), prata (Ag), estanho (Sn), cobre (Cu), chumbo (Pb) e mercúrio (Hg) já fossem conhecidos desde a Antiguidade. A primeira descoberta científica de um elemento ocorreu em 1669, quando o alquimista Henning Brand descobriu o fósforo.
Durante os 200 anos seguintes, um grande volume de conhecimento relativo às propriedades dos elementos e seus compostos foi adquirido pelos químicos. Com o aumento do número de elementos descobertos, os cientistas iniciaram a investigação de modelos para reconhecer as propriedades e desenvolver esquemas de classificação. A primeira delas foi a divisão dos elementos em metais e não-metais. Isso possibilitou a antecipação das propriedades de outros elementos, determinando assim, se seriam ou não metálicos.
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Retrato de Dmítri Mendeleyev
Mendeleyev nasceu em Tobolsk, na Sibéria, em 1834. Faz doutorado na Universidade de São Petersburgo, onde começou a lecionar em 1866. O conceito de periodicidade química deve seu desenvolvimento, em especial, a ele e ao químico alemão Lothar Meyer. Trabalhando independentemente, chegaram a uma correlação mais detalhada sobre as propriedades dos elementos e suas massas atômicas. Isso proporcionou uma melhor visualização da periodicidade das propriedades dos elementos.
Vários outros cientistas contribuíram para que se chegasse à classificação periódica dos elementos, mas o trabalho de Mendeleyev destacou-se por ser o mais completo e ousado. Iniciou sua pesquisa ao desenvolver o trabalho de professor, quando sentiu a necessidade de organizar os dados da química inorgânica e começou a colecionar todas as informações sobre os elementos conhecidos na época. Mendeleyev anotava os dados em cartões e os fixava na parede de seu laboratório. À medida que observava alguma semelhança, simplesmente mudava a posição dos cartões. Aos poucos, o quebra-cabeça deu origem a uma tabela na qual os elementos eram dispostos em filas horizontais, de acordo com as massas atômicas crescentes, e colunas verticais, com elementos de propriedades semelhantes agrupados.
Sentindo-se muito seguro da validade de sua classificação, o químico deixou posições vazias na tabela, dedicada a elementos desconhecidos. Com precisão surpreendente, ele previu as propriedades destes quando viessem a ser conhecidos. Para isso, utilizou como base as propriedades dos elementos vizinhos.
O trabalho desenvolvido por Mendeleyev surpreendeu, visto que as pesquisas foram realizadas numa época em que muitos elementos naturais, como os gases nobres, ainda eram desconhecidos. Não se conheciam a estrutura atômica e os números atômicos utilizados na organização dos elementos da tabela atual. Somente em 1913 Henry G. L. Mosely estabeleceu o conceito de número atômico. Contudo, essa descoberta não provocou grandes alterações na classificação dos elementos feita por Mendeleyev, apenas alguns rearranjos.
Até hoje, Dmítri Mendeleyev é considerado pela comunidade científica um dos maiores gênios da química. Em homenagem a ele, o elemento atômico nº 101 da tabela periódica recebeu, em 1955, o nome de mendelévio (Md).
Também nesta data:
1836 – Forte Álamo é tomado pelas tropas do general Antonio Lopez de Santa Anna
1899: Aspirina é patenteada em Berlim
1902 – É fundado na Espanha o Real Madrid
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