Atualizada em 11/10/2017 às 12:19
Após o assassinato de Anwar el Sadat, Muhammad Hosni Said Mubarak torna-se presidente do Egito em 14 de outubro de 1981. Mais tarde, foi reeleito por quatro vezes: em 1987, 1993, 1995 e 1999. O dirigente só renunciou à presidência em 11 de fevereiro de 2011, aos 82 anos, após 18 dias de graves distúrbios populares.
Sua ascensão política foi começou com seu sucesso nas Forças Armadas egípcias. Se tornou vice-presidente em 1975, sucedendo Sadat, depois que este foi assassinado em 6 de outubro de 1981.
Era considerado um dos mais poderosos chefes de estado do Norte da África e Oriente Médio e conhecido por sua posição neutra no conflito palestino-israelense. Nos últimos dias de seu governo, estava sendo objeto de críticas e protestos pela grande maioria do povo egípcio que pedia duramente sua renúncia. Mais tarde foi condenado à prisão perpétua pela morte de 850 manifestantes nos protestos que o derrubaram.
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Mubarak graduou-se pela Academia Militar em 1949 e pela Academia da Força Aérea em 1950. Assumiu posições de comando na Força Aérea entre 1966 e 1969. Em 1972, o presidente Sadat nomeou-o comandante daquele ramo das Forças Armadas. O seu desempenho na Guerra de Yom Kipur contra Israel em 1973 valeu-lhe a promoção a marechal em 1974.
Em 1975 Sadat nomeou-o para o cargo de vice-presidente. Nos anos que se seguiram, Mubarak envolveu-se então em importantes negociações diplomáticas com países do Oriente Médio. Foi o principal mediador na disputa do território do Saara Ocidental entre Marrocos, Argélia e Mauritânia.
Seu governo foi marcado por progressos nas relações com os países árabes e por relações amistosas com Israel, em especial após a invasão israelense do Líbano em 1982. Mubarak reafirmou o tratado de paz com Israel em 1979, sob a égide dos Acordos de Camp David e manteve relações privilegiadas com os Estados Unidos.
Durante a Guerra do Golfo, posicionou-se ao lado de Washington contra o Iraque de Saddam Hussein. Participou da mediação do acordo entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina, firmado em 1993.
Em 2004, Mubarak afirmou, em entrevista ao Le Monde, que acredita existir um “ódio sem precedentes” contra os Estados Unidos nos países árabes, motivado pela proteção econômica e militar concedida pelo governo norte-americano a Israel.
Segundo fontes da imprensa mundial, a família de Mubarak tem uma fortuna espalhada pelo mundo. A ABC News afirma que o patrimônio gira entre US$ 50 bilhões e US$ 70 bilhões. O presidente teria construído sua fortuna a partir de contratos das Forças Armadas, na época em que era oficial da Aeronáutica. Quando se tornou chefe de governo, começou a diversificar o patrimônio. “As pessoas já o consideram abertamente um líder corrupto”, disse Amaney Jamal, professora de ciência política na Universidade de Princeton.
De acordo com o jornal londrino The Guardian, Mubarak e a família têm capitais em bancos britânicos e suíços e fortes investimentos imobiliários em grandes metrópoles como Londres, Nova York e Los Angeles, além de áreas junto ao Mar Vermelho.
A população jovem se revoltou depois de conviver por anos com alta taxa de desemprego e situação de pobreza enquanto o Mubarak acumulava riquezas à custa de corrupção e desvios de recursos públicos.
Em janeiro de 2011, estimulados pela queda do chefe do governo ditatorial da Tunísia Zine ben Ali, centenas de milhares de egípcios iniciaram protestos exigindo a renúncia de Mubarak, principalmente no Cairo, Alexandria e Suez. Em 1º de fevereiro, mais de um milhão de pessoas – segundo a rede de televisão Al Jazeera – tomaram a praça Tahrir, no Cairo, na maior demonstração contra Mubarak até então. No mesmo dia, Mubarak declarou que deixaria o cargo após eleições previstas para o mês de setembro, que ele não participaria
Em 11 de fevereiro de 2011, renuncia juntamente com seu vice. Noticiou-se que o poder seria repassado para um Conselho Militar. Após deixar o poder em 2011, Mubarak que aparentava estar doente e internado em hospital após sofrer um ataque cardíaco, comparece a todas as sessões do julgamento. Foi julgado e condenado à prisão perpétua por crimes de guerra e contra a humanidade.