Nascido e criado na mesma cidade de Nova York, no começo do século 20 e em ambiente que produziu Irving Berlin, Jerome Kern e George e Ira Gershwin, o grande e essencial compositor Aaron Copland foi formado na música clássica, porém embebeu-se no jazz e na música popular judaica que o rodeava na infância.
Ainda jovem compositor, estabeleceu-se um objetivo que era escrever música que pudesse “fazer as pessoas sentirem-se como se estivessem vivas e alegres pelas ruas do Brooklyn”. Ironicamente, foram as composições que brilhantemente evocavam o coração rural dos Estados Unidos que fizeram Copland famoso.
Uma de suas obras – provavelmente a sua obra-prima – foi a trilha sonora para o balé Appalachian Spring(Primavera nos Montes Apalaches), que rapidamente se tornou uma de suas mais célebres e apreciadas composições norte-americanas jamais escritas cuja celebridade se seguiu quase imediatamente após sua estreia em 30 de outubro de 1944.
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Além de compositor, Copland também foi um dos grandes pianistas norte-americanos
A partitura de Appalachian Spring foi encomendada em 1942 para acompanhar o balé coreografado pela jovem Martha Graham. Enquanto compunha, Copland sabia apenas que se tratava de um “balé para Martha”, sem nenhuma outra orientação, a não ser que deveria ter algum tipo de tema do Velho Oeste.
Na verdade, o nome Appalachian Spring e o fato de estar ambientado no oeste do estado da Pensilvânia somente seriam decididos após Copland ter concluído a composição. De qualquer modo, sem ter nenhuma ideia do que viria a ocorrer, Copland havia composto uma obra que tanto o público quanto a crítica consideraram brilhantemente evocativa do lugar e tempo mencionado no título.
O trecho mais famoso da Appalachian Spring é a passagem que Aaron Copland adaptou da canção Shaker – os shakers eram adeptos da Sociedade Unida de Crentes da Segunda Aparição de Cristo, conhecidos por sua contribuição cultural, em especial pelo estilo de música – “Simple Gifts”, de autoria de Joseph Brackett: “'This a gift to be simple, 'this a gift to be free” (É um dom para ser simples, É um dom para ser livre) – amplamente desconhecido do público antes da adaptação de Copland. A magistral fusão da tradição folclórica com sua marcada sensibilidade moderna fez da Appalachian Spring a obra transcendental que é.
Em sua crítica da apresentação de estreia, o The New York Times elogiou todos os aspectos do “brilhante e alegre” trabalho: a coreografia de Martha Graham; o cenário de Isamu Noguchi; e a música de Aaron Copland, que chamou de “a mais completa, a mais agradável e a mais profundamente poética de todas as composições feitas para o palco”.
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Embora escrita expressamente para balé e com a utilização de apenas 13 instrumentistas – uma limitação definida pelas dimensões do fosso da orquestra do palco da Biblioteca do Congresso –, a Appalachian Spring foi logo adaptada para uma suíte orquestral, forma pela qual se tornou imensamente popular. A obra recebeu o Prêmio Pulitzer de Música em 1945.
Aaron Copland foi um compositor norte-americano de música para filme e concerto e talentoso pianista, nascido no Brooklyn, que se tornou particularmente conhecido por trabalhos que refletem vários aspectos da vida nos Estados Unidos. Ficou conhecido como o Decano dos Compositores Americanos.
Copland foi também um dos compositores mais ativos na cena pública norte-americana. Participou ativamente da League of Composers, escreveu vários textos para sua revista Modern Music. Entre 1939 e 1945, assumiu a liderança da American Composers Alliance (ACA) e, em 1939, foi fundador também do American Music Center (AMC) – ambas as instituições voltadas para a promoção da música norte-americana contemporânea, tanto de concerto como jazz.
Foi importante personagem das ações públicas no período do New Deal de Franklin Roosevelt, aproximou-se do comunismo e foi perseguido no período do macartismo.
Também nesta data:
1836 – Luís Napoleão Bonaparte tenta derrubar o rei Luís Filipe I de França
1910 – Morre o humanista suíço Jean Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha
1974 – Muhammad Ali nocauteia George Foreman
1975 – Príncipe Juan Carlos torna-se chefe de Estado na Espanha