Em 27 de janeiro de 1556, o jovem Akbar, 13 anos, sucede a seu pai Humayun e a seu avô Babour à frente de um pequeno reino muçulmano do Pendjab, no norte da Índia. Nos primeiros anos de seu reinado, valeu-se dos conselhos de seu preceptor, o chefe turcomano Bairam Khan. Contudo, a partir dos 19 anos assumiu pessoalmente o governo de seu país.
Este longínquo descendente do conquistador turco Tamerlan iria alargar em poucos anos um império na Índia do Norte , do Gujerat à Bengala, dando origem à dinastia dos Moghols.
No mesmo ano de sua coroação, ao preço de algumas batalhas, Akbar põe fim à anarquia que reinava no reino fundado por seu ilustre avô, Babour Chah. Sobre o célebre campo de batalha de Panipat, perto de Delhi, em novembro de 1556, derrotou o usurpador, Hémou.
Depois o príncipe se volta contra os reinos rajpoutes, paladinos do hinduismo, réfugiados nas cidadelas medievais. Ele mesmo casa-se em 1562 com uma princesa rajpoute tendo em vita selar a reconciliação entre muçulmanos e hindus.
Em 1568, após um longo cerco, os defensores da cidadela rajpoute de Chitor se suicidam. Malgrado esse funesto acontecimento, os rajpoutes persistem na oposição a Akbar.
Sem cessar de os combater, ao preço de seguidos grandes massacres, Akbar instaura a tolerância em seu império. Governa facilmente com os hindus e desenvolve com o concurso deles uma administração eficaz, suprimindo notadamente o imposto que pesava sobre os muçulmanos. Concorda em conceder privilégios comerciais aos portugueses, cujas caravelas atracavam nos portos da costa malabar.
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Em poucos anos, rei ampliou império na Índia do Norte , do Gujerat à Bengala, dando origem à dinastia dos Moghols
Sua abertura de espírito o leva a fundar em 1582 uma nova religião que pudesse reunir o que ele acreditava ser o melhor havia nas antigas religiões. Ele mesmo se institui chefe dessa “Fé Divina”, mas evita de impô-la aos seus súditos. A nova religião não sobreviveria a Akbar.
Nessa mesma época, a Europa Ocidental se destroçava nas guerras de religião entre católicos e protestantes.
O mapa da época mostra a península indiana – As Índias, como se dizia outrora – ao tempo dos primeiros imperadores moghols, de meados do século 16 ao fim do século 17. Este foi um dos três raros períodos em que a península se manteve quase que completamente unida.
Por ocasião de sua morte, em 16 de outubro de 1605, na capital do reino Agra, Akbar deixava a herança do império mais poderoso que a península indiana jamais conhecera.
Seu filho e sucessor, Jahangir, difunde a cultura persa na Índia por intermédio de sua mulher, a princesa persa Nur Jahan. Dá prosseguimento à política de tolerância de seu pai, porém com menos energia, e ao aproximar-se o seu fim teve de combater a rebelião de seu filho e herdeiro, Chah Jahan.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.