Em 3 de maio de 1968, em Paris, a polícia evacua 500 estudantes que ocupavam a venerável faculdade da Sorbonne. O comissário procede a controlar a identidade e embarca diversos estudantes à delegacia de polícia. Logo em seguida explodem manifestações em todo o Quartier Latin, aos gritos de “Libertem Nossos Camaradas!” Barricadas surgem por todas as partes.
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É o começo dos “Acontecimentos de Maio-68”, que combinaram a agitação estudantil, um movimento social de grande amplitude e a oposição política ao regime gaulista que celebraria em 13 de maio seu décimo aniversário.
Dede o começo de 1968, tanto em Paris como em Roma e, sobretudo, nos campi norte-americanos, os estudantes denunciavam vivamente o engajamento militar no Vietnã.
Em 22 de março de 1968, em seguida à prisão em Paris de seis deles, 142 estudantes universitários constituem um movimento de apoio conhecido pelo nome de Movimento de 22 de Março. Muitos, entre os quais um certo Daniel Cohn-Bendit, são levados diante do Conselho da Universidade de Paris.
Uma manifestação de apoio é programada para 3 de maio na Sorbonne. O reitor, que temia uma provocação da extrema-direita, pede à polícia para evacuar o local. O caso iria degenerar… Por essa ocasião, reinava no país a mais completa calma. Em 2 de maio, o primeiro-ministro Georges Pompidou partia para uma viagem oficial de dez dias a Irã e Afeganistão.
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Uma semana mais tarde, em 10 de maio, os estudantes se manifestam de novo em massa para exigir a evacuação da Sorbonne e a libertação de quatro de seus colegas. À noite tem lugar os primeiros confrontos entre a polícia e os manifestantes. Numerosos feridos são contados nos dois campos, em especial entre os estudantes, mas felizmente nenhuma morte.
Os sindicatos convocam um dia de greve geral para a segunda-feira seguinte, 13 de maio. A 5ª República, nascida dez anos antes em decorrência do “verdadeiro-falso” Golpe de Estado da Argélia, estremece sobre suas bases e passa a se ouvir nas ruas os gritos de “Dez anos, chega!”. Tem início então a maior das greves já vista na França – 8 milhões de grevistas. Em meio a essas manifestações, como se nada estivesse ocorrendo, o presidente Charles de Gaulle parte em viagem oficial para a Romênia.
Em grande detrimento dos estudantes, os sindicatos iriam negociar por sua conta a saída da crise com Georges Pompidou. Foi assim que se firmaram os Acordos de Grenelle – rua de Grenelle, onde se localiza o Hôtel Matignon, residência do primeiro-ministro. O governo ratifica um aumento geral de 10% nos salários. O SMIG (Salário Mínimo Interprofissional Garantido), substituído mais tarde pelo SMIC (Salário Mínimo Interprofissional de Crescimento), que confirmou um aumento geral de 35%.
Em 30 de maio, Charles de Gaulle, após alguns dias de hesitação, anuncia pelo rádio a dissolução da Assembleia Nacional. No mesmo dia, cerca de meio milhão de pessoas se reúnem na avenida Champs-Élysées em apoio entusiástico ao regime gaulista. No final de junho, as sensações políticas retrospectivas conduzem, em eleições legislativas, para uma esmagadora maioria de direita.
Também nesta data:
1469 – Nasce o italiano Nicolau Maquiavel
1936 – Coalizão de esquerda vence eleições na França e inicia série de reformas trabalhistas
1960 – Começa a ser vendida a primeira pílula anticoncepcional