Atualizado em 22/07/15
Em 22 de julho de 1977, o ex-primeiro-ministro da República Popular da China, Deng Xiaoping, que havia caído em desgraça, retorna ao governo. A conferência do Partido Comunista chinês reconduziu-o aos cargos de vice-primeiro ministro do Conselho de Estado, vice-secretário geral do Comitê Central do Partido Comunista, vice-presidente da Comissão Militar e Chefe do Estado-Maior do Exército de Libertação Popular.
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Deng Xiaoping (no centro) com o presidente dos EUA Gerald Ford (esquerda), em 1975
Deng havia sido demitido de seus cargos após o radical Grupo dos Quatro, conhecido posteriormente como a Gangue dos Quatro, tê-lo acusado de ser o responsável pelos protestos na Praça Tianamen durante as manifestações de luto pela morte do primeiro-ministro Zhou Enlai, em janeiro deste ano. Deng foi considerado culpado das desordens.
Desde a morte do grande líder chinês Mao Tse Tung em setembro de 1976, a Gangue dos Quatro afastou Deng, dando início à tentativa de implantar um programa de reformas radicais.
Contudo, o designado sucessor de Mao Tse Tung como chefe do Partido Comunista, Hua Guofeng, resolveu expugnar o partido das influências extremistas como as da Gangue dos Quatro.
A gangue acabou sendo expulsa formalmente do partido no Terceiro Plenum do Comitê Central em 1978.
O grupo era composto pela quarta mulher de Mao, Jiang Qing; o ex-vice-primeiro-ministro e membro do Politburo, Zhang Chunqiao; o ex-operário fabril Wang Hongwen e o intelectual de Shangai, Yao Wenyuan.
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Deng Xiaoping, junto com o presidente norte-americano Jimmy Carter, em Washington em 1979
O jornal oficial do partido, Diário do Povo, acusou o grupo de tentar “refundar” o Partido Comunista, excluindo dirigentes e criando uma “organização de massa”.
As autoridades chinesas que de início viam as colocações dos Quatro como “infantilismo ultraesquerdista” passaram a vê-las como “atos contrarrevolucionários”.
A seção da província de Kiangsi do Partido Comunista, que defendia o grupo, foi denunciada por “crime” numa reunião partidária que reuniu 4 mil pessoas.
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O primeiro ministro Hua chegou a identificar a tendência ultra-esquerdista em líderes de 13 das 29 regiões administrativas do país, removendo-os incontinente de suas posições de mando.
No final de 1978, Deng Xiaoping arrancou efetivamente Hua Guofeng do poder. Os membros da Gangue dos Quatro foram presos em outubro de 1976 e submetidos a julgamento em 1980 por sua tentativa de golpe.
Modernização da China
Ainda em 1978, Deng idealizou e supervisionou a histórica guinada de direção da China, um programa chamado de “As quatro modernizações”: agricultura, indústria, defesa nacional e ciência e tecnologia.
Durante a longa permanência de Deng no poder, instituiu uma variedade de reformas objetivando a descentralização da economia e abrindo o país ao comércio internacional.
Renunciou ao seu cargo no Partido em 1989, após ele e outros altos dirigentes terem ordenado o uso de força militar para reprimir uma manifestação popular na praça Tiananmen em Pequim.
No entanto, manteve-se extremamente influente até sua morte em 1997. Foi ele quem avalizou a subida de Jiang Zemin à chefia do Partido e quem indicou Hu Jintao à sucessão de Jiang.
Também nesta data:
1934 – John Dillinger é abatido pelo FBI
1946 – São redigidos os primeiros estatutos da OMS
1946 – Hotel King David é alvo de ataque terrorista
1967 – Morre o escritor norte-americano Carl Sandburg